Com o maior reflexo econômico até agora da guerra entre Israel e Hamas, o petróleo fechou em alta de 4,22%, a US$ 88,15 o barril, apagando o recuo da semana passada. Há preocupação de que chegue a US$ 100, provocando uma terceira onda mundial de inflação, como na pandemia e na invasão da Ucrânia.
Mas, por enquanto, é uma volatilidade baseada no receio, já que Israel não é grande produtor de petróleo. A apreensão é de um ataque ao Irã, que é forte produtor e financiador do Hamas. Ainda assim, o mundo está diferente de 1973, quando a Guerra do Yom Kippur iniciou embargo que quadruplicou o preço do petróleo. Estados Unidos têm boas reservas e árabes estão com foco na sua economia.
Já a bolsa de valores virou durante o dia e fechou em alta, com o Ibovespa puxado, claro, por petroleiras, que se beneficiam da alta do petróleo. Sente quem depende dele como combustível, como companhias aéreas. Após abrir em alta, o dólar fechou em queda.
Dois fatores amenizaram o cenário financeiro. Um deles é a aposta de que o conflito no Oriente Médio não se espalhará, sem apoio tão intenso dos Estados Unidos a Israel. O outro foram declarações de dirigentes do banco central norte-americano, o Federal Reserve, que sinalizam afrouxamento monetário, ou seja, afastando risco de nova alta do juro, o que, não custa repetir, elevaria o dólar e da inflação, comprometendo a rota de redução do juro brasileiro.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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