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Cabo Toco
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Cachorro abandonado que virou mascote da Brigada Militar ajuda na lida com os cavalos

O animal apareceu há cerca de três anos na sede do regimento, em Passo Fundo, e hoje é companheiro dos militares

Günther Schöler

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Na sede do 3º Regimento de Polícia Montada (RPMon) em Passo Fundo é comum ver viaturas, policiais, cavalos e, também, cães. Esse último grupo é composto por animais que foram escolhidos para auxiliar a Brigada Militar — mas também tem aqueles que escolheram viver com os policiais.

Esse é o caso do vira-lata Cabo Toco. O cachorro apareceu há cerca de três anos na sede do regimento, no bairro São Cristóvão, depois de ser abandonado naquela região. 

Ele chegou aqui bastante magro e muito assustado, então não sei em que condições vivia antes — lembra o soldado Bruno Martins, que encontrou o cachorro.

O agente, que é médico veterinário, se uniu com os colegas para cuidar do animal, desde com vacinas e remédios até ração. Com o tempo, o medo deu lugar ao apego e não demorou para que o Cabo Toco virasse o xodó da Brigada Militar.

Quando ficava nas baias dos cavalos usados pelo regimento, o cão não perdia um só movimento dos policiais com os equinos que trabalham no policiamento diário da cidade. 

Aos poucos, Cabo Toco aprendeu sobre a função e se "autoescalou" para a função de escolta e segurança dos cavalos no trajeto entre as baias e o campo, e vice versa.

— Isso partiu dele. Com a rotina de todo dia de soltar e recolher os cavalos, ele mostrou que queria aprender e começou a participar por conta própria. Nunca machucou nenhum cavalo e sempre está em volta dos animais como se dissesse "ó, estou aqui hein, estou ajudando vocês" — contou o soldado Martins.

Da baia à guarita

Querido por todos, o cachorro encerra o "expediente" com os cavalos por volta das 18h e segue para guarita da sede do RPMon. Lá, faz mais algumas horas de "trabalho".

— Ele ainda faz uma hora extra em outra sessão aqui do quartel (risos). Todo mundo gosta dele, então ele vai nos locais, visita sessão por sessão — disse o soldado. 

Mas ser mascote do regimento tem também um problema: o Cabo Toco ganha lanches e petiscos de todo mundo. Ele ganha janta em todos os espaços onde circula e a farda comprada para o cabo precisou ser aposentada depois de ficar pequena demais para o doguinho. 

— É difícil de controlar a alimentação dele, né? Dá para ver que está com sobrepeso porque todo mundo quer agradar ele e ele quer agradar todo mundo, então come tudo o que vem pela frente — contou o soldado. 

Cabo Toco, assim como outros cães, foi adotado pela Brigada Militar de Passo Fundo, mas muitos não têm a mesma sorte. O quartel, que já foi local de abandono de animais, hoje não tem numero expressivo de registros, mas a preocupação ainda existe.

— Existem inúmeros casos de abandono e também muitos animais esperando um lar. Esse aqui deu sorte, tem um lar que acolheu ele. Por isso é importante que, se a pessoa não tiver condição de ter um animal, não abandone, mas doe ele pra alguém, alguma família que possa cuidar — terminou o policial.

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