O Rio Grande do Sul está no negócio bilionário fechado por duas gigantes do setor de carnes. Os R$ 7,5 bilhões a serem pagos pela Minerva para a Marfrig contemplam 16 plantas de abates de bovinos e ovinos na América do Sul. Delas, três ficam aqui no Estado, no municípios de Alegrete, Bagé e São Gabriel.
As duas empresas têm traçado caminhos bem diferentes nos últimos anos. O movimento de agora consolida isso. A Minerva acelera exportações de carne in natura, disputando com JBS. Enquanto isso, a Marfrig ajusta a mira na carne industrializada, com foco em hambúrguer e produtos da BRF.
A dúvida é como isso impactará as unidades gaúchas. Coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da UFRGS, Júlio Barcellos acha que a operação pode ser delicada para o Rio Grande do Sul, mas diz aguardar os desdobramentos.
— O perfil do Minerva é competir com carne commodity, diferente da Marfrig, que atua mais com marcas. Só que, no Rio Grande do Sul, o produto e a competitividade da carne bovina é como produto diferenciado.
Aliás, a aposta gaúcha em agregar valor à marca, como cita o professor, tem aparecido cada vez mais em selos, certificações e fortes ações de marketing feitas pelo setor, especialmente por frigoríficos e entidades.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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