O presidente da montadora chinesa BYD no Brasil, Tyler Li, esteve na Expointer para entregar a chave do milésimo carro vendido no Rio Grande do Sul do seu último modelo elétrico lançado, o Dolphin, que está sendo vendido a R$ 149,8 mil. Pouco antes da cerimônia, o executivo conversou com a coluna. Deu como confirmada a fábrica que será montada no espaço que era ocupado pela Ford em Camaçari, na Bahia. Apesar de estar parada desde 2021, a operação foi entregue agora ao governo baiano, que "recomprou" o polo, com o qual a empresa chinesa está se acertando, disse Li. Inclusive, para herdar incentivos da montadora anterior.
A coluna, claro, perguntou quando a BYD teria uma fábrica no Rio Grande do Sul, seja de carros elétricos ou de painéis solares. A reação do executivo foi bastante positiva, sinalizando que há uma forte probabilidade. Ele explicou que, na China, a empresa, que já é a 10ª maior montadora do mundo, tem mais de 400 fábricas, que ficam em 48 cidades. Muitas das unidades produzem componentes, que são vendidos para outras montadoras. Ele citou que, aqui no Estado, poderia, por exemplo, fornecer peças para veículos elétricos que venham a ser fabricados por Marcopolo e General Motors (GM). A marca já tem fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM). Aqui no Rio Grande do Sul, abriu recentemente um centro de distribuição de painéis solares.
O carro mil
Quem comprou o carro mil foi o jovem médico Henrique Britto Agliardi, de 33 anos. Ele não tem carteira de motorista ainda e, com uma "personalidade sustentável" forte, havia decidido que nunca compraria veículos a combustão. Quando surgiu o Dolphin, o valor de um carro elétrico coube no bolso. Por enquanto, a esposa dirigirá o veículo. Agliardi foi ao evento vestido com uma camisa que ele fez questão de enfatizar que é da Justa Trama, uma cooperativa de confecções com foco na geração de trabalho e renda em cinco Estados com foco na chamada cadeia do algodão agroecológico.
O representante da BYD no Rio Grande do Sul é o Grupo Iesa, que está abrindo concessionárias da marca chinesa. Já tem pontos de venda em Porto Alegre e em Caxias do Sul, mas outros estão nos planos, diz o diretor da Iesa, Ambrósio Pesce Neto, que lembra que carro elétrico não paga IPVA no Rio Grande do Sul.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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