Do recorde de 13 quedas seguintes no Ibovespa, a bolsa de valores de São Paulo pode cair pela 14ª vez. O dia começa tenso no mercado financeiro mundial. As preocupações com a economia chinesa aumentam. Segunda maior incorporadora imobiliária do pais, a China Evergrande pediu proteção contra a falência nos Estados Unidos para blindar seus ativos por lá enquanto reestrutura dívidas. Outra gigante do setor, a Country Garden parou de negociar títulos. Dezoito das 38 construtoras estatais relataram perdas no primeiro semestre. Ainda se prevê crescimento da economia chinesa, mas essas projeções estão sendo revisadas para baixo. O setor imobiliário responde por 20% do PIB chinês, é consequência e causa do freio.
A China é a segunda maior economia do mundo, mas a primeira, que é a norte-americana, também não traz alívio. O banco central dos Estados Unidos sinaliza que voltará a aumentar o juro ou, ao menos, prolongará o aperto monetário, jogando mais para frente uma possível redução. O movimento atrai mais dólares para lá, especialmente dos países emergentes, como o Brasil. Isso pressionada uma desvalorização do real. O dólar fechou em R$ 4,98, mas quase beliscou os R$ 5. A máxima do dia ontem foi de R$ 4,997.
Em tempo, como a coluna tem registrado como típico olhar local, os dois países são os principais destinos das exportações do Rio Grande do Sul. China vem em primeiro, seguida pelos Estados Unidos. O terceiro é a Argentina, que passa por mais uma turbulência. De um lado, o candidato de ultradireita, Javier Milei, que quer acabar com o banco central e dolarizar a economia. De outro, o atual ministro da Economia, Sergio Massa, acordou com petroleiras congelar preços de combustíveis até as eleições. Massa ficou em terceiro lugar nas primárias do último domingo, vencidas por Javier Milei.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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