De volta à presidência do Banrisul, Fernando Lemos considera as agências físicas importantes, mas quer oferecer uma melhor experiência ao cliente digital. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, confirmou para o último trimestre a previsão de que o Banricompras seja aceito em mais maquininhas. A aposta no crédito ao agronegócio continuará, enquanto a ideia é retomar a relação com pequenos e médios comércios para melhorar resultados do banco. Confira trechos abaixo e ouça a entrevista na íntegra no final da coluna.
As ações do banco caíram com força após a divulgação do último balanço. Investidores apontam rentabilidade fraca e aumento nas provisões para devedores duvidosos. Como pretende mudar o cenário?
É verdade, mas não foi só o Banrisul. Todos os balanços tiveram isso porque tinha uma certa expectativa de crescimento, que não ocorreu, infelizmente. Acho que deve ocorrer agora no segundo semestre, mas vamos atuar pesadamente nisso.
De que forma?
Precisamos ampliar a carteira de crédito comercial do banco. Na pandemia, ela ficou pequena e depois não retornou ao seu estágio.
Emprestando para quem?
Para quem o banco sabe emprestar e é especialista, que é pequena e média empresa na área comercial. Grandes empresas no Rio Grande Sul são tomadoras já tradicionais e têm seu relacionamento com o banco. Nós precisamos expandir isso. Vamos usar muito a Vero, porque é um canal de ligação muito forte com o comércio, e ampliar nosso atendimento para pessoa física. Já falei com o pessoal da TI (tecnologia da informação) para começarem a implementar mais facilidades pelo celular. Tem muita coisa a ser feita.
O peso do empréstimo consignado na carteira do banco também é questionado por investidores, que consideram um mercado de forte concorrência e taxas agressivas. O Banrisul manterá a estratégia?
Sim. As taxas do banco estão dentro do mercado, isso não é problema. Temos uma carteira muito grande de consignado, somos os pagadores de folhas de quase tudo no Rio Grande do Sul. É um crédito muito tranquilo. Nós temos também muito INSS com a Bem, que é subsidiária e tem um resultado bastante positivo. Nossos canais continuarão focados nisso e ampliaremos outras áreas.
Quais os atrativos dos empréstimos do banco para o agronegócio em relação aos concorrentes?
Como boa parte do dinheiro é tabelada por todos, depende do volume que cada banco tem capacidade de oferecer. O Banrisul tem o melhor atendimento do agro no Rio Grande do Sul, não tenho dúvida. É rápido e ágil. A nossa turma sabe ajudar o cliente a conceber o projeto corretamente, um grande diferencial.
A privatização está descartada, mas já se pensou antes em outras estratégias de aumento de capital. Há algum plano neste sentido?
Não. Absolutamente nada no horizonte. O Banrisul continuará público, forte, saudável e atendendo ao Rio Grande do Sul. Agora, com a internet, nós pretendemos também que se espalhe pelo Brasil.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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