Ao longo de 2022, 63 empresas gaúchas pediram recuperação judicial, um mecanismo para dar um fôlego e evitar a quebra do negócio. Agora é um termo que está em alta por conta do processo envolvendo a Americanas, mas a alternativa já vem sendo adotada há alguns anos, substituindo a antiga concordata. Foi exatamente o mesmo número de 2021. Em relação a 2020, porém, quando rompeu a pandemia e muitos negócios precisaram de ajuda, o recuo é forte, de 42,2%. Também está abaixo de 2019, antes da crise sanitária, quando 80 negócios protocolaram recuperação judicial. Os dados foram enviados à coluna pela Serasa Experian.
Apesar de ser exatamente o mesmo número para os dois anos, os períodos nos quais os pedidos foram protocolados são diferentes. Em 2021, foi bem dividido: o primeiro semestre teve 34 solicitações, e o segundo, 29. Agora em 2022, o salto nos processos de recuperação judicial aconteceu na segunda metade do ano, com 41 solicitações.
Quando os pedidos são aceitos pela Justiça, ações de cobrança, por exemplo, são suspensas, assim como serviços essenciais à operação da empresa não podem ter o fornecimento interrompido, como energia elétrica. A empresa tem um prazo para apresentar um plano de reestruturação financeira para ser votado pelos credores.
Pelo Brasil, houve uma leve queda entre 2022 e 2021, de 6,5%. A análise por porte mostrou que as Micro e Pequenas Empresas seguiram liderando, pelo terceiro ano seguido, com o maior número de pedidos, seguindo de médias e grandes.
A coluna noticiou ao longo do ano alguns desses pedidos e deferimentos de recuperações judiciais, como o da Rabusch, de moda feminina, e da Parmíssimo, de laticínios. Também teve o segundo pedido da Pavioli, de massas, que foi indeferido em primeira instância, e agora está em recurso no Tribunal Regional.
Falências também se mantiveram estáveis
Mais uma coincidência: o número de falências decretadas no Rio Grande do Sul também foi o mesmo em 2021 e em 2022. Foram 35 quebras em cada ano. Uma queda em relação aos 46 de 2020, e bem abaixo das 157 falências de 2019, no pré-pandemia. Em 2022, porém, houve aumento no número de falências requeridas: passou de nenhuma para cinco.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.