Manifestações que conclamam um golpe contra o resultado da eleição foram enfaticamente criticadas pelo presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn. Ele argumentou que é "muito caro para um país" não deixar um presidente assumir, não apenas, claro, pelo viés financeiro.
- Feitas as eleições, está eleito o presidente, por mais que alguns estejam descontentes. Isso que estão falando, de golpe, de não assumir, não pensamos aqui (na Fecomércio-RS). Não compactuamos. Ele (Lula) já está lá, agora tem que fazer o seu papel - disse o líder do comércio gaúcho, que conduziu o balanço de final de ano da entidade nesta quinta-feira (1º).
Bohn defendeu que qualquer mudança seja feita via Congresso:
- Se quisermos mudar alguma coisa, faremos através do parlamento, que é o povo falando. Vamos admitir que houve exagero do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral, que os senadores cassem os ministros que se excederem nos seus atos, que cuidem de fato da nomeação de novos ministros e que cuidem também desta PEC (da Transição) - completou Bohn.
Chama a atenção dos setores empresarial e político gaúchos nesta quinta-feira (1º) um comunicado da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs) dizendo que há um golpe perpetrado por membros do Poder Judiciário e que o país tem uma "ditadura travestida de democracia". O texto segue pedindo a "destituição constitucional dos golpistas mediante iniciativa do Poder Executivo e suas Forças Armadas." Fecha criticando as urnas eletrônicas e argumentando que a medida deve ocorrer para impedir que Lula assuma a presidência da República para não conduzir o país a uma "ditadura comunista".
O documento é assinado pelos empresários Walter Lídio Nunes, ex-presidente da Celulose Riograndense e atual presidente da Sergs, e Luis Roberto Ponte, ex-ministro e ex-secretário de Estado e atual presidente do conselho deliberativo. A coluna confirmou com Nunes a veracidade do documento. Ele contou que a redação foi conduzida por Ponte, mas confirmou concordar com o teor. O presidente da Sergs garantiu que houve votação na direção antes da divulgação, mas a coluna soube que o descontentamento está grande na entidade, com diversos pedidos de desfiliação por parte de engenheiros.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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