Lealdade e alinhamento são características que levaram à escolha de Lula por Fernando Haddad para o ministério da Fazenda, o que mais gerava expectativa para o novo governo. Outros já apostam que o presidente eleito também definiu qual será seu herdeiro político, pensando o PT para daqui a quatro anos, quando, pelo avançado da idade, não poderia concorrer à reeleição.
Mas e como fica a economia agora? O mercado financeiro já "precificava" Haddad há vários dias. De formação, ele é bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Se diz de centro-esquerda. Critica a injustiça social e manifesta apoio ao investimento privado.
Esse centrismo pode acalmar as coisas no mercado financeiro, que mexe com dólar e inflação, a depender, claro, do que Haddad sinalizará daqui para a frente. Assunto "chato", a âncora fiscal do país é essencial. Ele buscará uma nova? Mudará o teto de gastos? Qual será o perfil da equipe técnica que colocará no ministério? Afinal, ela fará diagnósticos e embasará decisões, enquanto Haddad cumpriria seu papel de negociador, citado como destaque pelos economistas bem ligados à Lula Luiz Gonzaga Belluzzo e Marcio Pochmann em entrevistas recentes à coluna.
Também é importantíssimo o andamento das reformas administrativa e tributária, o que inclui o limite de isenção do Imposto de Renda, que foi promessa de campanha de Lula. Ambas estão travadas no Congresso. Em evento para banqueiros, ele defendeu a reforma tributária, fazendo referência a tributos indiretos. Na avaliação de Haddad, as propostas em tramitação no Congresso estão bem encaminhadas.
A opinião dele sobre política de preços de combustíveis também movimenta a Petrobras, com seus reflexos em bolsa e na chamada "economia real". Falando nisso, de imediato, tem que definir a compensação financeira aos Estados pela lei que cortou o ICMS de combustíveis, energia e telecomunicações. Novas concessões, BNDES e Caixa Econômica Federal também têm papéis importantes no cenário de políticas econômicas. E, para fechar, de imediato, será que os impostos federais zerados para combustíveis até o final do ano vão voltar? Inflação recuando e petróleo em queda abrem espaço para isso.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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