O dia pós-eleição traz forte oscilação no mercado financeiro. A bolsa de valores abriu em queda, passou para alta e, no início da tarde, voltou a cair. O maior tombo no Ibovespa, índice das ações mais negociadas da B3, é da Petrobras, com recuo em torno de 9%. Bancos estão trocando a recomendação de compra para neutra em relação aos papéis da companhia.
Há um receio do que Lula pretende fazer com a política de preços da estatal, que foi implementada no governo de Michel Temer e segue a paridade internacional. Banco do Brasil também recua, destoando da alta dos bancos privados. Por outro lado, avançam ações ligadas ao turismo, varejo, construtoras da habitação popular e educação, segmentos que já foram beneficiados por políticas econômicas de Lula.
O dólar segue na toada da volatilidade do mercado. Abriu em alta, batendo R$ 5,40, caiu, voltou a subir e agora cai a R$ 5,21. Duas coisas ajudariam a estabilizar o mercado financeiro. Uma delas é Lula anunciar nomes da sua equipe econômica, especialmente do ministro da Fazenda, cargo para o qual se espera um liberal. A outra é o presidente Jair Bolsonaro se pronunciar sem contestar o resultado da eleição, já que mantém o silêncio desde a tarde passada.
Como tempero ao cenário político instável no Brasil, tem reunião do Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano, para decidir o ritmo de alta no juro. Se aumentar mais do que o previsto, pressiona por uma valorização mundial do dólar.
Em paralelo, Eletrobras anunciou um novo plano de demissão voluntária, o primeiro desde a capitalização. Ele custará cerca de R$ 1 bilhão, considerando os 2.312 funcionários aptos. O retorno é estimado em 11,2 meses.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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