A gasolina vai subir na próxima segunda-feira, um dia depois da eleição? Em poucos casos, tenho recebido como pergunta. Em tantos outros, já como afirmação. Mas de onde vem o assunto? A origem está, provavelmente, nos preços da Petrobras nas refinarias, que estão, nesta sexta-feira (28), 18% abaixo do Exterior, no caso da gasolina, e 20% para o diesel.
O cenário tem levantado acusações de que a estatal está segurando a alta para beneficiar a reeleição de Jair Bolsonaro e que aumentará assim que sair o resultado do pleito. Não é para tanto. Isso também faz Lula repetir e repetir que reduzirá os preços dos combustíveis.
A defasagem aumentou muito na última semana. O petróleo até subiu no Exterior, mas foi pouco. A maior influência veio mesmo do dólar, que subiu puxado, principalmente, pelo cenário político pré-eleição bem tenso. Porém, tradicionalmente e há alguns anos, a Petrobras evita mexer nos preços quando a oscilação está forte demais. Ela costuma segurar defasagens de até 15%. No início da guerra entre Rússia e Ucrânia, represou até o dobro disso. Não pode fazê-lo por muito tempo, pois as distribuidoras deixam de importar, aumentam encomendas e a estatal começa a ter que estabelecer cotas de venda porque fica sem capacidade de produção para atender.
Então, não é um absurdo ela esperar a semana que vem para ver como as coisas vão se comportar. E como vão? Vai depender de quem ganhar para presidente da República, mas mais ainda do que esse vencedor falará e sinalizará sobre a política econômica, principalmente sobre quem estará na sua equipe, quem será o ministro da Economia. Entre vários pontos, o destaque é a responsabilidade fiscal que o governo terá (ou não), já que as contas públicas influenciam o dólar, que impacta os combustíveis. Em segundo lugar, claro, há a perspectiva sobre como será conduzida a gestão da Petrobras. Bolsonaro muito criticou a política de preços, mas parou. Já Lula diz que a mudará totalmente.
Antes de encerrar, vamos falar de impostos. Os federais estão zerados somente até o final do ano, embora tenha havido promessas de que a isenção seria prorrogada. Mas nada certo. Já o ICMS foi reduzido pela lei federal por tempo indeterminado, o que fez a alíquota cair de 25% para 17% aqui no Rio Grande do Sul. O impacto nas contas estaduais gerou a contestação de governadores, mas o tema é impopular e pouco apareceu na campanha. Quem ganhar no governo do Estado tentará retomar a alíquota maior do ICMS? Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni disseram à coluna que não pretendem fazê-lo. Onyx está confiante que o governo federal compensará a perda da arrecadação estadual. Leite também diz que buscará isso, mas não é tão confiante assim de que conseguirá, manifestando preocupação com a verba para o que o Estado precisa bancar em áreas básicas.
Mas respondendo à pergunta inicial, como há potencial de o dólar disparar e o consumidor tendo condições, sugiro encher o tanque.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.