Manter o fornecedor informado do planejamento da empresa foi a justificativa de Gilson Trennepohl para o comunicado polêmico que vazou e no qual a Stara avisa que cortará em 30% o orçamento caso Lula vença Jair Bolsonaro na disputa pela presidência da República. Apoiador de Bolsonaro desde a eleição anterior, o empresário, atualmente, preside o conselho de administração da fabricante de máquinas agrícolas de Não-Me-Toque além de ser vice-prefeito da cidade. O filho, Átila Trennepohl, é o atual presidente-executivo da companhia. Gilson Trennepohl respondeu a algumas perguntas da coluna no final da tarde desta terça-feira (4), rebatendo acusações de coação:
O senhor participou da elaboração do documento?
Não. Não me envolvo mais nestas questões de dia a dia da empresa. Atuo mais em decisões macro, como investimentos e aquisições.
E o que achou do comunicado?
É algo natural, usamos essa forma com todos os fornecedores, que precisam da informação. Nossas vendas caíram significativamente nos últimos 30 dias. É insegurança pura do produtor, que enfrenta juro alto, ouviu que o MST vai voltar, que não terá teto de gastos, foi chamado de fascista pelo candidato a presidente. Está com medo.
Mas fornecedores se sentiram desconfortáveis com a abordagem e há acusações de coação.
Eu acho que não. É uma questão de interpretação. Falamos em agosto que teria um crescimento de 35% no ano que vem. Isso foi coação para votar em alguém? Se a Stara não fala nada que vai reduzir orçamento, que não vai comprar, o fornecedor compra a matéria-prima, produz e vai quebrar. Alguns nos pedem um ano de planejamento. E não adianta a gente fazer máquina para colocar na frente da TV. Tem cliente que pede para colocar no pedido que só vale se fulano ganhar.
O que achou da repercussão com funcionários e nas redes sociais?
Nós reunimos todos os funcionários hoje. Estão tranquilos. Teremos crescimento na participação nos lucros. Não teremos demissão "nem aqui, nem na China". Sobre a repercussão, temos coisa mais importante para falar. Daqui a 90 dias, o resultado da eleição vai falar mais alto. Deixa as coisas acontecerem. É um momento duro, difícil. Queremos tranquilidade jurídica para continuar investindo.
E os investimentos da Stara?
Normais. No final do ano, será inaugurada a fábrica de 25 mil metros quadrados em Santa Rosa, com investimento de R$ 150 milhões, com dinheiro tomado em bancos, não é recurso público.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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