O caminho que a coluna tomou quando ia de Hannover, na Alemanha, para o norte da Holanda, foi repleto de fazendas eólicas gerando energia a partir do vento. A região tem uma área que conecta a tecnologia onshore, com aerogeradores instalados em terra; a offshore, com os "cata-ventos" colocados em alto-mar; e a nearshore, que são os aerogeradores instalados na água, porém mais perto da costa.
Conhecer esses modelos de geração de energia foi o que motivou o grupo de empresários e políticos do Rio Grande do Sul, que participam da comitiva da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), a visitar o local. Há intenção do governo do Estado de promover a instalação de aerogeradores para energia eólica na Lagoa dos Patos.
No Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, a coluna falou sobre o assunto com Daniela Cardeal, diretora do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do RS (Sindienergia-RS). A conversa aconteceu no porto de energia em Eemshaven — uma área de 300 hectares, com cerca de 20 fazendas de geradores de energia eólica. Confira:
Há interesse de empresas para instalar aerogeradores na água no Rio Grande do Sul?
Sim. Não só interesse como elas já estão lá. Nós já estamos com diversos projetos em licenciamento no mar. Nós estamos construindo todo o arcabouço para licenciamento nas lagoas, recém começando um estudo na Lagoa dos Patos, envolvendo toda a comunidade. Nós estamos trabalhando com a Fepam e com a Secretaria de Meio Ambiente.
Isso movimentaria uma cadeia econômica interessante e nova no Estado, do porque da montagem dos aerogeradores ao fornecimento de serviços...
Sim, e lembrando que é uma cadeia inovadora. São indústrias sustentáveis que vão levar tecnologia e oferecer uma mão de obra qualificada. Nisso, o Rio Grande apresenta um diferencial porque nós já temos vários profissionais que são de interesse.
O Sindienergia-RS alerta que a estrutura de transmissão atual tem capacidade para suportar os novos projetos de energia por até quatro anos. Já se perdeu leilões de venda antes por falta de linhas. Há risco para esses investimentos bilionários?
Agora nós temos, realmente. Só que são 8 gigawatts, e nós temos muitos projetos que estão prontos para entrar nesse espaço de conexão, e mais outros. Se a gente pensar no potencial de 17 giga só de offshore, mais 7 giga em licenciamento na terra, já está faltando. Então, para isso, nós estamos em um trabalho intenso já há dois anos com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para desenvolver novas linhas para não ficarmos sem esse potencial de conexão. Até porque 2030 está aí, data que entendemos possível para offshore.
Ouça a entrevista na íntegra:
* A coluna viajou à Alemanha e à Holanda a convite da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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