O Rio Grande do Sul está no radar da unidade brasileira lançada pela Ocean Winds, joint-venture da francesa Engie com a portuguesa EDP Energias Renováveis dedicada à energia eólica offshore, ou seja, gerada por aerogeradores instalados no mar. O Estado já tem projetos sendo encaminhados pela empresa, assim como os Estados do Rio de Janeiro, Piauí e Rio Grande do Norte. Estão em fase de licenciamento, somando uma capacidade de geração de 15 gigawatts, divididos em Vento Tupi (1 GW), Maral (2 GW), Ventos do Atlântico (5 GW), Tramandaí offshore (700 MW) e Ventos do Sul (6,5 GW). Os projetos da companhia exigirão investimentos bilionários.
Quem alertou a coluna sobre a importância do lançamento para o Estado foi Daniela Cardeal, diretora do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS). Entusiasta também da energia eólica com equipamentos instalados em água, ela participa das discussões para uso dessa geração para produzir o hidrogênio verde, combustível que tanto a Europa quer comprar do Brasil dentro do seu projeto de transição energética. Aliás, a Ocean Winds, no lançamento da unidade brasileira, falou no desenvolvimento de projetos deste tipo de hidrogênio para diversificar a matriz, garantir a segurança energética do país e buscar um custo competitivo para o consumidor em relação a fontes fósseis.
Ouça o comentário sobre o potencial eólico do país no programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha:
Reforçando a intenção de investir no Rio Grande do Sul, a Ocean Winds assinou memorando de entendimentos com o governo do Estado. A empresa já tem projetos na Europa, Estados Unidos e Ásia. No Brasil, como ainda não tem uma cadeia de suprimento, empresas avaliam que os investimentos serão mais altos, mas as perspectivas, aparentemente, justificam o aporte. É preciso, ainda, avançar na regulação da geração de energia na costa marítima e garantir a estrutura de linhas de transmissão para transportar a energia gerada nos parques eólicos.
Na última consulta que a coluna fez ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), havia 10 projetos em processo de obtenção de licença para gerar energia no mar do Rio Grande do Sul. São conhecidos como de geração de energia offshore, que é um termo em inglês para "fora da costa" — ou seja, no mar. Juntos, eles somam 1.523 aerogeradores instalados no mar e potência total de 23.589 megawats. É preciso levar em consideração, porém, que não há garantia de que todos sejam licenciados e nem que, após licenciados, saiam do papel. Há, inclusive, duas propostas que estão com aerogeradores sobrepostos ou a menos de 2 mil metros de outros projetados em empreendimentos com processos mais antigos. Todavia, o alto número de propostas demostra o interesse do setor na diversificação de energia no Estado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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