Sabe quando dizem que se vai "pedalar" algo que precisa pagar, mas não tem dinheiro? É o que vai acontecer com a conta de luz. O empréstimo de R$ 10,2 bilhões às elétricas autorizado pelo governo federal e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) será cobrado dos consumidores. Metade dele já a partir de 2023, por meio de mais um encargo da fatura mensal. Até 2025, ainda estamos pagando a conta-covid, empréstimo ao setor feito no início da pandemia quando a inadimplência disparou.
O valor é para cobrir o custo maior para geração de energia elétrica, já que não houve preparação para evitar isso mesmo que os modelos já apontassem há anos que ocorreria uma escassez hídrica. Sabemos, porém, que todo empréstimo tem juro. O que não sabemos é o quanto será cobrado para esse porque as taxas dependerão dos bancos públicos e privados que emprestarão as empresas de energia.
Melhor pagar mais do que ficar sem energia? Sim. Mas essa conta está muito alta, devido ao problema histórico de falta de planejamento. Em 2022, os reajustes devem ficar em dois dígitos novamente, mesmo com os reservatórios de hidrelétricas em bons níveis. Já estão sendo autorizados aumentos que superam 16%. O estrago do ano passado segue sendo cobrado. Com o empréstimo, a conta de luz seguirá pensando de 2023 em diante.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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