O Rio Grande do Sul está no radar da Shell Brasil para construção de parques eólicos em alto-mar. A gigante do petróleo deu entrada em pedidos de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA) para geração da energia offshore em seis áreas. Além do projeto gaúcho, há propostas para Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Estes seis projetos em desenvolvimento, juntos, terão capacidade instalada de 17GW. Segundo a Shell, faz parte do compromisso de descarbonização para a transição energética.
"Enquanto aguarda a definição do restante da regulamentação que guiará o desenvolvimento desses projetos no país, o envio do Formulário de Caracterização de Atividade (FCA) ao IBAMA é um primeiro passo para garantir o melhor estudo das áreas e o desenvolvimento sustentável e responsável dos investimentos necessários para o licenciamento.", diz a empresa em comunicado ao mercado.
Os estudos ambientais começarão ainda em 2022. A Shell já atua há mais de 20 anos com energia eólica. Já em projetos offshore, soma mais de 50 anos. A ideia é unir as duas frentes nas quais a companha tem conhecimento para apostar em energia renovável.
Eólicos offshore
Entre agosto de 2021 e janeiro deste ano, já havia dobrado o número de projetos de geração de energia eólica no mar gaúcho em licenciamento no Ibama. No país, eram 37 empreendimentos em fase de licenciamento. Esses projetos são conhecidos como de geração de energia offshore, que é um termo em inglês para "fora da costa" — ou seja, no mar. Trata-se de um recurso de geração elétrica diferente das usinas eólicas terrestres. A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum, explicou isso à coluna em uma entrevista concedida em novembro:
— É um regime de vento diferenciado. A tecnologia é muito próxima, só que você tem aproveitamento offshore em regiões diferentes. Às vezes, você tem energia sobrando no Sul, e aí você tem dificuldade de transferir para o Sudeste. Então, quando você diversifica a produção,você também diversifica a localização. Outra questão é a própria produção e regime, porque o vento que bate na costa e a forma que ele gera energia é diferente do vento que bate no interior. Em determinadas horas do dia, o regime de vento no Rio Grande do Sul tem uma determinada natureza. De madrugada, por exemplo, o Nordeste gera muita energia no Interior, no onshore. Durante o dia, vamos ter muita geração offshore no Nordeste, e essa é a forma que você consegue a diversificação.
Relembre a entrevista completa: "Energia eólica de grande porte completa 15 anos no Brasil, e é o RS que faz a festa", diz presidente da Abeeólica
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da colunista
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.