Quantas cestas básicas o novo salário mínimo poderá comprar? A resposta do Dieese é 1,73 considerando o reajuste do piso e a previsão de preços dos alimentos para janeiro de 2022. O instituto pesquisa mensalmente os preços de 13 itens no país.
Em janeiro de 2021, o mínimo comprava 1,68 cesta básica. A pesquisa tem dados desde 1995, quando registrou a menor quantidade de alimentos que podiam ser adquiridos com o salário: 1,06. Já a maior quantidade foi possível comprar em 2017: 2,16.
Os alimentos, junto com gastos de transporte e habitação, estão com as principais altas de preço, afetando principalmente famílias de baixa renda. A inflação fecha 2021 em dois dígitos pela primeira vez desde 2015.
Foi publicada nesta sexta-feira (31) a medida provisória confirmando o salário mínimo de R$ 1.212 em janeiro. É um reajuste de 10,16% sobre o atual, mais R$ 1,62 que faltou do ano anterior, quando o reajuste também foi anunciado antes de o IBGE confirmar o fechamento do INPC de 2020.
Quando só repõe a inflação, não tem ganho real ao trabalhador. Ou seja, é só uma recomposição do poder de compra do salário mínimo, considerando a alta média de preços medida pelo indicador de inflação. Outro problema no país é que, historicamente, o custo de vida é alto demais para a renda média do brasileiro. Para se ter uma ideia, a Constituição determina que o mínimo seja suficiente para suprir todas as necessidades uma família de quatro pessoas, mas, como o cálculo do Dieese mostra, ele compra 1,6 cesta básica.
Segundo a supervisora do Dieese em Porto Alegre, Daniela Sandi, estima-se que 56,7 milhões de pessoas tenham rendimento referenciado no salário mínimo. Calcula, ainda, que R$ 81,2 bilhões representam o incremento de renda. Além disso, R$ 43,8 bilhões correspondem ao aumento na arrecadação tributária sobre o consumo.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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