Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o presidente da Corsan, Roberto Barbuti, falou sobre a previsão para a privatização da estatal, o controle acionário e a previsão de movimentação financeira com o IPO. No mercado, a projeção tem sido de R$ 1,5 bilhão. A oferta será primária, com venda de ações pelo Estado, e secundária, com comercialização de papéis entre acionistas. Confira os questionamentos feitos pela coluna ao executivo:
A projeção de vocês segue de fazer a abertura de capital em fevereiro na bolsa de valores?
Fizemos o protocolo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A gente está seguindo o nosso cronograma, eu só não vou entrar muito no detalhe das expectativas para fazer o IPO (Oferta Pública Inicial) porque a gente tem um regramento da CVM que coloca em peso de silêncio fazer manifestações sobre a oferta. Mas o que eu diria em relação à sua pergunta, a Corsan tem hoje contratos onde o prazo médio, ponderado pelo faturamento, é de 26 anos. Então, isso já é um prazo médio bastante longo quando você compara com outras empresas que são listadas, particularmente no setor de infraestrutura. Então, a gente já tem um prazo longo, e isso nos dá uma tranquilidade. O que estamos buscando aqui é dentro da brecha, que foi colocada pela lei federal, que é uma lei privatizante, aproveitar essa oportunidade e transformar esse prazo de 26 anos em um prazo maior. Quanto mais a gente conseguir, melhor, mas a gente já tem um prazo hoje bem relevante de 26 anos.
Chegou a ser aprovada na Assembleia a proposta de que outra empresa poderia assumir o controle da Corsan após a abertura de capital na Bolsa a partir de 2024?
Isso está no estatuto social, estatuto ainda a nível de minuta né, aí ele passa a valer quando a empresa for a privatizada, e é sim uma alternativa que se coloca. O que existe dentro da proposta como foi montada é que o estado permanece como acionista de referência, ao redor de 30%, e ele vai ser como um fiador dessa transição, para dar uma tranquilidade, que a gente saia de uma empresa 100% estatal para uma empresa privada tendo o governo do Estado o fiador desse processo e, mais pra frente, em agosto de 2024, a companhia, que hoje tem algumas travas para que houvesse uma possibilidade de um novo acionista virar o acionista controlador, essa trava diminui e aí existe a possibilidade de a Corsan, em agosto de 2024, ter um grupo novo de controle que não seja o governo do Estado.
A estimativa é que a oferta alcance um R$ 1,5 bilhão?
Outra vez, eu tomo cuidado para te falar da oferta, mas, assim, esse número já foi divulgado. A oferta tem duas, a gente chama de tranches, é a oferta primária e a oferta secundária. A oferta primária é aquela parte do levantamento de capital que entra para base de capital da empresa. Então, seria dessa ordem que você mencionou. Essa é a parcela primária da oferta. A parcela secundária é a parcela de venda das ações existentes que se dá pelo Estado e pelos municípios que participarem da nossa proposta de ativação até o dia 16 que também podem vender suas ações.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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