Uma pequena queda nos preços de cortes de carne bovina começa a chegar ao consumidor de Porto Alegre. A avaliação principal é de que o movimento reflete a suspensão nas exportações à China. Recorte da pesquisa de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta recuos nos últimos 30 dias nos preços do contrafilé, da picanha e da costela. No entanto, são reduções de, no máximo, 2%. Portanto, ainda ficam longe de amenizar as altas superiores a 40% de preços nos últimos 12 meses.
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No geral, as carnes bovinas ainda subiram 0,63% em 30 dias. Apesar da alta, ainda é menos do que a metade da inflação geral ao consumidor no período. Substitutos da carne bovina, cortes suínos, no entanto, ainda estão com forte alta, apesar de alguns locais do país já terem começado a apresentar redução. Aliás, a inflação do IBGE de setembro já tinha trazido queda nos preços das carnes bovinas na média nacional no mês passado.
Casos de vaca louca suspenderam exportações à China no início de setembro. A retomada, no entanto, já era para ter acontecido. Agora, o Ministério da Agricultura autorizou redução da produção de carne para vender ao mercado chinês, incluindo a possibilidade de armazenamento do que já foi abatido. Com redução de oferta, a queda de preços ao consumidor pisa no freio.
- Com esse fechamento sendo efetivado da China, o preço da carne de primeira, que custa R$ 28 hoje, deve cair para uns R$ 19 ou R$ 20. Na realidade, o preço era especulativo com base na exportação. Lembra do dia 8 de novembro de 2019, quando explodiu a exportação para a China? O patinho era vendido a R$ 18 aqui. Em um mês, foi a R$ 28 e nunca mais voltou. Agora, com esse fechamento se concretizando, deve cair esse preço para o normal do mercado interno - disse à coluna Felipe Baingo, dono da Bom Gaúcho, empresa que atua na distribuição e varejo do alimento em Porto Alegre.
Claro que redução de valores em cima de um prejuízo ao agronegócio também não é bom para a economia. Os preços das carnes começaram a subir ainda em 2019, quando a compra pela China disparou. Os custos subiram ao longo da pandemia, também pressionando o repasse. No longo prazo, a estimativa é de que chineses continuem comprando mais carne porque precisam retomar seu rebanho de suínos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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