Seis dos 10 itens que mais subiram de preço no último ano para o gaúcho são cortes de carne bovina. A consulta foi feita pela própria coluna no sistema da inflação oficial calculada pelo IBGE.
1º Passagem aérea: +60,11%
2º Gasolina: +44,48%
3º Pá (paleta, corte de carne): +42,98%
4º Coxão de dentro (corte de carne): +42,04%
5º Acém (corte de carne): +41,58%
6º Tomate: +40,79%
7º Contrafilé (corte de carne): +40,20%
8º Músculo (corte de carne): +37,48%
9º Lagarto comum (corte de carne): +36,12%
10º Energia elétrica residencial: +35,62%
E os aumentos tinham começado ainda antes da pandemia. Lembram da disparada no último trimestre de 2019? A notícia da alta que se aproximava foi antecipada na época pela coluna também.
Mas o que nos espera nos preços? Os fatores que provocam o aumento não estão dando trégua. Dólar segue alto, assim como os custos de produção. Além disso, a China segue com previsão de alta na demanda por carne no longo prazo, ao menos até que recomponha seu rebanho de suínos, o que deve ocorrer até 2025.
Porém há uma suspensão de vendas para o mercado chinês agora que está mais longa do que o previsto. Como resposta, frigoríficos até reduziram abates no Brasil. Porém, está sobrando carne, conta Felipe Baingo, dono da Bom Gaúcho, empresa que atua na distribuição e varejo do alimento em Porto Alegre.
- Está baixando o preço do dianteiro, em especial. São reduções de até 20% nos frigoríficos. As carnes de segunda são muito consumidas no inverno, mas a demanda cai agora. Só que aumenta a procura por cortes de primeira, principalmente com a chegada das festas de final de ano. As pessoas buscam cortes mais nobres. Aí, as empresas buscam recuperar margem nestes tipos.
Na sequência da lista de substitutos, temos a carne de frango e de porco. Só que ambas, com aumento na procura pelo consumidor, também ficaram mais caras. Aliás, há até redução na oferta de aves, já que o custo de produção dos animais segue altíssimo, com elevações da energia elétrica às rações, que acompanham o mercado internacional de grãos.
Em tempo, o ovo, afinal, sente o mesmo impacto de produção das aves. O consumo está batendo recorde no Brasil, enquanto os preços também se aproximam dos patamares mais elevados. Ao mesmo tempo, tem sido a alternativa para consumo de proteína pelas famílias mais pobres. É mais coerente apostar que os preços pararão de subir do que começarão a cair.
Um reflexo tem sido o aumento no consumo de embutidos por serem mais baratos. Em especial, de salsicha. Grandes fabricantes estão até ampliando suas unidades de produção prevendo que a demanda pelo produto seguirá alta. Porém, são, em geral, alimentos ultraprocessados com baixo valor nutritivo e com muitos conservantes. Uma alternativa mais saudável é a sardinha em lata. Lembrando que buscar opções não é aceitar o que está acontecendo com a inflação. Os boletos seguem chegando, e é preciso driblar os aumentos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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