A Justiça deu 30 dias para o Nacional desocupar o supermercado que fica na Rua Carazinho, na frente da Praça da Encol, no bairro Bela Vista, em Porto Alegre. O imóvel foi comprado pelo Grupo Zaffari em 2014, mas segue com a operação de varejo que, atualmente, pertence a uma holding chamada Grupo BIG.
Antes da venda, o imóvel era da família Febernati, que chegou a ter um tradicional mercado no local. Como determina a lei, quando a proprietária decidiu vendê-lo, ofereceu à empresa dona dos supermercados Nacional. Há um direito de preferência. No entanto, ela não quis comprá-lo.
Foi, então, que o Grupo Zaffari comprou o imóvel, mas respeitou o contrato de locação de 15 anos com o Nacional. Só que ele terminou em janeiro de 2020. O Nacional não deixou o imóvel e ingressou com uma ação na Justiça para que o contrato fosse renovado por mais 15 anos.
O Zaffari, por sua vez, não tinha interesse na renovação, já que tem um projeto para o local. O plano da empresa é fazer um grande investimento no local, que é bastante importante para a cidade, explica o advogado Ricardo Fortes, sócio da Silveiro Advogados e que representa o Grupo Zaffari no processo judicial.
Sobre o projeto, a coluna havia noticiado ainda em fevereiro que foi aprovado o Estudo de Viabilidade Urbanística para a construção de um projeto do Zaffari no local, que fica na esquina com a Avenida Nilópolis. Trata-se de um investimento de cerca de R$ 95 milhões que inclui, além de um supermercado, duas torres residenciais e um centro comercial. A solicitação registrada pela Companhia Zaffari na prefeitura de Porto Alegre totaliza 56 apartamentos, um supermercado, 20 lojas e 595 vagas de estacionamento. A área construída proposta no projeto é de mais de 20 mil metros quadrados. O projeto está entre os prioritários da prefeitura, nos quais há o comprometimento de iniciar as obras em até um ano após as licenças.
Procurado pela coluna, o Grupo BIG disse que irá recorrer da decisão judicial. A holding foi criada quando o fundo de investimentos Advent comprou a operação brasileira do Walmart Brasil. Assumiu, com isso, as bandeiras de varejo da empresa e mudou de nome, suspendendo a transformação que a gigante norte-americana vinha fazendo nas lojas.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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