Renato Caumo nasceu em Nova Bréscia (RS), mas foi para o Rio de Janeiro aos cinco anos de idade. Ele faz parte da família gaúcha ligada à história do churrasco no Sul e que levou para o Rio a rede Estrela do Sul. Nessa segunda-feira (4), a coluna noticiou o encerramento das atividades da empresa com o fechamento da sua última churrascaria, que ficava no Norteshopping, na capital fluminense. No início da tarde desta terça, a coluna conversou com o empresário, que estava trabalhando na desmontagem do restaurante. Ele contou bastante emocionado como foi difícil tomar a decisão:
- Eu redigi aquilo e me faltou lágrima - disse ele, embargando a voz e referindo-se à postagem de despedida feita nas redes sociais da Estrela do Sul, onde a empresa agradece aos clientes, lembra um pouco da trajetória e diz que tomou a decisão devido ao cenário econômico.
Após 48 anos, a Estrela do Sul deixou de funcionar nos últimos dias de dezembro. Na década de 90, chegou a ter nove unidades em outras regiões do Rio de Janeiro e também em São Paulo. Renato Caumo conta que os restaurantes chegaram a ficar fechados por até quatro meses na pandemia, o que se tornou insustentável em um ano em que os preços das carnes subiram muito.
- A carne de qualidade dobrou de preço. Não tínhamos como repassar isso ao consumidor - relata o empresário.
Da segunda geração da empresa, Caumo tem 58 anos. É filho de Jandir Caumo, que tem 82 anos, e é um dos idealizadores da Estrela do Sul. A primeira geração é formada por 12 irmãos gaúchos, sendo que todos, em algum momento, trabalharam com a churrascaria.
- Já os netos que estão aqui são todos cariocas.
Renato Caumo afirma que os idealizadores do rodízio de churrasco são o pai e um tio, chamado de Albino Ongaratto e que é percussor de diversas churrascarias pelo país. Segundo o empresário, a "verdadeira história" do rodízio começou Curitiba:
- Foi em 11 de Janeiro de 1968, no Paraná, na churrascaria Blumenauense. Antes dessa data, o sistema era de vários tipos de carnes em um único espeto, mas as carnes esfriavam no espeto. Então, Jandir Caumo comentou com seu tio Albino Ongaratto, ambos de Nova Bréscia: “por que não passar todas as carnes saindo da churrasqueira quentinhas para que o cliente ficasse mais satisfeito?”. Aí, começou a ideia do rodízio ou "espeto corrido".
A despedida da Estrela do Sul termina com uma chamada para novidades em breve. O empresário confirma que já negociações para parcerias que podem resultar em novos negócios, mas diz que ainda não pode dar detalhes. O texto é assinado pelas famílias Caumo, Ongaratto, Turatti Lautenschlager, Guarnieri e Mocellin.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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