Inflação do setor, o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) dobrou em Porto Alegre. O indicador passou de 1,24% em outubro para 2,48% em novembro. Com isso, passou a ser a mais alta entre as sete capitais monitoradas mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Na média nacional, no entanto, houve uma redução no mês. O INCC passou de 1,69% para 1,29%. Há aumento da mão de obra, mas não chega nem perto da elevação verificada com materiais de construção. Cimento, aço, alumínio, plástico, cobre, tijolo, tinta e, agora, até louças estão escassos e mais caros desde a metade do ano, quando houve a retomada da construção sem que as fábricas estivessem preparadas para suprir o salto na demanda. Como fator adicional, as pessoas ficando mais tempo em casa tendem a fazer mais reformas. A dificuldade no abastecimento de estoques atinge desde grandes incorporadoras até pequenas lojas de materiais de construção.
Com o resultado de novembro, o índice acumula alta 7,86% em 12 meses. O percentual fica bem acima da inflação geral, com o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), também calculado pela FGV, em 4,68% no mesmo período. Lembrando que este, por sua vez, vem sendo muito puxado pela alta dos alimentos e, ainda assim, fica menor.
Impacto em cascata
O INCC é um dos indicadores usados para calcular o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), junto com a inflação para o consumidor e no atacado. E o IGP-M está quase batendo 25% no acumulado de 12 meses. Costuma aparecer nas cláusulas de reajuste de contratos. Entre eles, estão os aluguéis e a prestação de serviços, como telecomunicações.
Há ainda outro impacto do INCC, que é na prestação do financiamento dos imóveis em construção, também chamados de imóveis na planta. A coluna alertou para essa conta ainda em setembro: Quem paga financiamento de imóvel na planta tem que preparar o bolso; entenda
O indicador é usado para reajustar o saldo devedor, com reflexo na parcela do empréstimo. Além do juro que depende de cada contrato de financiamento, a prestação do imóvel na planta é impactada pela correção monetária mensal pelo INCC. E, além dela, também aqueles reforços que são acordados para pagamento pelo comprador e até mesmo o valor da entrega das chaves. Outros indicadores passam a ser adotados quando a obra termina e o financiamento passa para uma instituição financeira.
Até quando?
Os preços dos materiais de construção devem continuar subindo até 2021. A previsão é de entidades do setor, para a angústia de leitores que têm perguntado com frequência sobre quando ocorrerá o ajuste neste mercado. Leia mais: Até quando vai a alta de preços dos materiais de construção
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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