Após o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduzir a taxa Selic para 2% ao ano, bancos também começaram a cortar os juros das suas operações de empréstimo. A coluna recebeu os informes do Banco do Brasil e o Itaú. Em algumas linhas de crédito, o repasse será integral, informam as instituições financeiras.
A diferença entre a taxa básica da economia e os juros para consumidores e empresas ainda é grande, mas as reduções têm se intensificado nos últimos meses, até por uma concorrência entre os próprios bancos. Com destaque para linhas de financiamento imobiliário, que têm baixo risco de inadimplência. Mas até mesmo o rotativo do cartão de crédito tem caído, que é o empréstimo mais caro e com uma diferença enorme da Selic. Ao ano, a média é de 11%.
Apesar disso, a Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac) diz que a deterioração da economia é risco de elevação de juros na prática mesmo com queda da Selic. Isso porque aumenta a inadimplência e o risco, que é o argumento usado pelos bancos para cobrar juro alto.
E, sobre isso, destaque para o comunicado do Copom. Ao contrário do que se esperava, o texto deixou aberta a porta para uma nova redução do juro. Sinalizando que, se houver, será pequena. Vinculou a inflação, que deve seguir baixa com a recessão, mesmo que gasolina e alimentos subam. Serviços puxam o indicador. Entre eles, os descontos nas mensalidades escolares.
Também volta a falar do ajuste fiscal. Os estímulos do governo para combater a crise da pandemia fazem um rombo no caixa, mas a reforma tributária pode andar nos 45 dias que faltam até a próxima reunião do Copom.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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