Com a gravidade do coronavírus percebida pelo mercado financeiro ainda no Carnaval, a bolsa de valores despencou no primeiro semestre. O índice que reúne as ações mais negociadas no Brasil, Ibovespa, despencou 17,8%. Foi um balde de água fria para o ano de boas expectativas, o que fez muitos novos investidores da renda variável recuarem.
Só que, enquanto isso, quem tem sangue frio conseguiu bons lucros nessas oscilações. Há no mercado até quem diga que "volatilidade é vida". Se bem que aposto que mesmo esses sentiram um frio na barriga nos seis circuit breakers da pandemia, quando os negócios foram suspensos na B3 após despencarem em um curto espaço de tempo.
Ações em baixa são uma boa pedida de investimento, ainda mais que o juro cada vez mais baixo da economia brasileira faz a renda fixa desapontar quem aplica o dinheiro. O grande desafio está em saber se o papel da empresa vai subir mesmo. Para isso, é preciso antecipar movimentos, o que é a característica do mercado.
Quando sairá a tão esperada vacina contra o coronavírus, que trará de volta a confiança dos consumidores e empresários? Com ela, a economia retornaria ao seu caminho. Outra dúvida é como será a retomada, se lenta ou rápida. O gráfico será no formato de que letra? V, L, U ou W? Qualquer sinalização sobre essas dúvidas estão mexendo diariamente com a bolsa, interferindo nos preços das ações.
Mas há ainda a análise do segmento da empresa e também da própria companhia. Sócio da Quantitas Asset e especialista em renda variável, Wagner Salaverry faz a pergunta-chave: ela sofre mais ou menos do que as outras com a pandemia? Apesar do impacto no consumo, o varejo que apostou no e-commerce se deu bem, assim como exportadoras blindaram a receita com a alta do dólar. Acabaram sendo a opção dos investidores enquanto as companhias aéreas e empresas de turismo viram seus papéis derreterem.
Aliás, veja o levantamento feito pela Quantitas para a coluna: As ações gaúchas que mais subiram e caíram no semestre em que a bolsa despencou
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da colunista