A semana termina com receio de que o urso venha com um ataque forte ao mercado brasileiro. O animal é símbolo de baixa forte em bolsas de valores e a sexta-feira pode ser de "bear market", como ocorreu na quarta de cinzas. Após o pregão suspenso durante o Carnaval, a bolsa de valores de São Paulo, B3, absorveu em uma tarde as quedas que ocorriam nos mercados mundiais desde segunda com o avanço do coronavírus. A queda foi de 7%.
Apesar do forte recuo do dia anterior, a quinta também não foi de ajustes. Ao contrário, teve queda novamente intensa, de -2,59%. O Ibovespa recuou para pouco mais de 102 mil pontos e o urso, com suas garras que atacam para baixo, pode derrubá-lo para 100 mil pontos nesta sexta. O mercado não duvida disso.
As bolsas dos Estados Unidos fecharam em forte queda ontem, o que se reflete na Europa hoje. Mercados europeus estão com quedas de cerca de 3%. Na última verificação da coluna, o recuo mais intenso era na bolsa de Frankfurt, na Alemanha, que estava mais de 4% negativa.
Além disso, apesar de pouca negociação, as ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York também estão no vermelho. Reunidas no fundo EWZ, caem quase 4% no chamado "pré-market" norte-americano.
Às 9h, abriram as negociações futuros no mercado brasileiro. O pregão começa somente às 10h. O Ibovespa futuro abriu em queda de 2,3%. Mas ainda com baixo volume de negociações, avisa Wagner Salaverry, sócio da gestora de fundos Quantitas. O dólar voltou aos R$ 4,50, recorde nominal atingido ontem, mas com um pequeno recuo depois ao longo dia, fechando a R$ 4,47.
Atualização: O pregão abriu em queda. No final da manhã, o Ibovespa recuava mais de 1%, ficando abaixo dos 102 mil pontos. Dólar chegou a tocar a R$ 4,50 e recuou um pouco depois, com as intervenções que estão sendo feitas pelo Banco Central.
A coluna está na torcida por um ataque do touro. Ao contrário do bear martket, o bull market é a tendência de alta no mercado.
— Há quase dois anos o mercado não tinha "alguma crise" — comenta Bruno Madruga, sócio da Monte Bravo Investimentos, se referindo ao impacto da greve dos caminhoneiros, em maio de 2018.
E, para entender o que passa na cabeça do investidor durante essa semana de turbulência, assista ao programa Seu Dinheiro Vale Mais:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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