Com a inauguração desta sexta-feira (29) em Viamão, o Atacadão atinge nove operações de atacarejo no Rio Grande do Sul, onde chegou há uma década. Só nessa última loja, investiu R$ 70 milhões e empregou 600 pessoas direta e indiretamente, além de outros 300 postos de trabalho temporários. Com ela, a rede, que hoje pertence ao grupo francês Carrefour, chega à marca de 183 unidades no Brasil, sendo a maior atacadista do país em número de lojas.
A coluna Acerto de Contas conversou com o CEO do Atacadão, o gaúcho Roberto Müssnich. Na conversa, ele contou um pouco mais sobre os planos de expansão da empresa e sobre peculiaridades no perfil do consumidor do Estado.
Coluna: Por que em Viamão e o que está sendo instalado ali?
Roberto Müssnich: Viamão sempre foi um ponto de interesse para nós pelo perfil da cidade. E até pela minha relação pessoal com os proprietários daquela área. Nós começamos a negociar há uns três anos e adquirimos o terreno deles. É mais operação de autosserviço dentro do Rio Grande do Sul. Essa é a nona, e temos mais uma operação de atacado. Hoje, o Atacadão emprega praticamente 2 mil pessoas no Estado. As nossas oito unidades estão geograficamente muito bem posicionadas. Nós abrimos nossa primeira unidade aqui em setembro de 2008. E, de lá pra cá, conseguimos ser entendidos como um tipo de modelo de loja pelo povo gaúcho.
O Atacadão é uma bandeira do grupo Carrefour. Qual a diferença de uma loja do Atacadão para um mercado do Carrefour?
O Atacadão foi adquirido pelo grupo Carrefour em 2007. Tínhamos 30 lojas, e essa que abrimos agora é a 183ª no Brasil. Então, já estamos em 100% dos Estados brasileiros. A diferença é que o Atacadão tem um propósito bastante claro, que é de levar as pessoas uma condição de alimentar-se corretamente, com produtos de excelente qualidade, a preços justos. Esse é o nosso propósito. Ele tende a dar, ao público em geral, a oportunidade de aquirir em preços bastante competitivos.
E vocês chamam o Atacadão de autosserviço?
Isso. Nós temos, na nossa loja, o foco no comerciante. Metade da nossa venda é para o pequeno comerciante, bar, restaurante... Nós conseguímos disponibilizar produtos de boa qualidade, de toda indústria, marcas de primeiro nível, a preços competitivos para o comerciante. De quebra, nós temos portas abertas para atender os consumidores finais, que têm a oportunidade, sempre, de comprar o produto em dois preços. O preço da unidade, e o preço de atacado, que é o preço na caixa. Se compra em caixa, o preço baixa.
E essa loja que vocês estão inaugurando, o que as pessoas vão encontrar?
Vão encontrar um Atacadão com 6,3 mil metros quadrados de área de vendas. Ali, estão itens alimentares, higiene, limpeza, carnes, frutas, legumes, um total de 10 mil produtos. Todo mundo pode fazer seu rancho. Em uma compra mensal, dá para ver a diferença de preços.
E em relação aos planos do Atacadão no Estado?
Temos estudado vários projetos no Rio Grande do Sul já para 2020. Temos um banco de terreno já adquiridos para fazer a expansão. É um Estado com características diferentes. A básica do nosso pessoal é que ele demora a criar uma certa lealdade. As pessoas vão, testam, voltam, testam e, depois que criam a lealdade, ela permanece. Esse comportamento é muito típico. Então, até as pessoas entenderem nossa proposta de valor, verificaram o que nós realmente conseguimos entregar.
Fale mais sobre esse banco de terrenos...
Nós já temos um poder de captação de clientes de uma grande área geográfica. Nós temos, no Brasil, clientes de algumas lojas que viajam 600 quilômetros para fazer as compras. No Rio Grande do Sul, há lojas com clientes que viajam 300 quilômetros. Então, hoje, nós estamos buscando de onde vêm esses clientes, para entender onde podemos colocar essas lojas. Nós já temos terrenos. Não posso falar ainda em que lugares, mas, com certeza, o Rio Grande do Sul um alvo muito interessante. O Atacadão hoje é uma grande família de 50 mil pessoas, que são os funcionários espalhados pelo país. Temos uma posição saudável no ranking de empresas privadas. Nós conseguimos manter uma cabeça bastante humilde. Aprendemos todo dia. Aprendemos com o povo gaúcho, que levamos para o Brasil inteiro.
Fale mais destas características do gaúcho...
Quando abrimos lojas, todos os nossos colaboradores da loja, que entram dentro da nossa família, são da região. Provavelmente, desses 300 funcionários, cerca de 90% vêm da região de Viamão e da Grande Porto Alegre. Isso já cria uma cultura diferenciada. Por exemplo, quando tu falas do consumidor de uma maneira geral, o gaúcho demora para se afeiçoar, para criar este amor que nós precisamos. E nós temos essas proximidade com cliente. O gerente em pé, na esquerda da loja, olha nos olhos do cliente, negocia com o cliente. Até criar essa afeição, o gaúcho é mais demorado. Mas depois, ele não te troca por mais ninguém. Já no Nordeste, por exemplo, essa afeição vem mais rápida. Ela vem de acordo com os interesses comerciais. Eu diria que o gaúcho, de uma maneira geral, é mais fiel depois que ele se afeiçoa.
A entrevista completa pode ser escutada abaixo, ou no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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