Três em cada dez veículos emplacados no Rio Grande do Sul são comprados diretamente da montadora. O levantamento é da Fenabrave/Sincodiv-RS, entidades que representam as concessionárias e que, claro, não estão gostando da mudança no consumo. Foram considerados os chamados automóveis de passeio e comerciais leves.
No acumulado de janeiro e fevereiro de 2019, foram emplacados 21.679 veículos no Estado. Do total, 6.235 foram comercializados por venda direta. O percentual de participação no total até caiu um pouco, mas o número de carros vendidos dessa forma aumentou 6% em relação ao mesmo período do ano passado.
— A venda direta foi instituída para que a montadora pudesse atender, em caráter excepcional, alguns nichos de mercado, como governo, prefeituras, representações diplomáticas. Só que se transformou em negócio, pois as fábricas vendem diretamente uma significativa quantidade de carros para as locadoras de veículos e outros frotistas, cabendo ao distribuidor a entrega do veículo e o atendimento de pós-venda — detalha o presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS, Fernando Esbroglio.
Além de tirar mercado das revendas, o executivo acrescenta que o Rio Grande do Sul perde em arrecadação com a prática da venda direta. Alerta ainda que há empresas que se valem da possibilidade para comprar veículos pagando menos ICMS para revender no curto prazo.
— Isso que o Estado integra um convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária que restringe a revenda do veículo antes do prazo de um ano. Ocorrendo antes deste período, a empresa teria que complementar o ICMS, mas a cobrança não ocorre — acrescenta Esbroglio.