Depois do alívio com a queda no preço do tomate, eis que a cesta básica tem novo vilão. A pressão vem agora do feijão.
Só em fevereiro, o alimento teve elevação de 24% em Porto Alegre, segundo a pesquisa mensal do Dieese. Supervisora técnica da instituição, Daniela Sandi conta que o feijão ficou mais caro em todas as 17 capitais pesquisadas. Em alguns locais, quase dobrou de preço.
O Dieese considera o grão do tipo carioquinha para cidades do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo. Já o feijão preto entra na pesquisa das capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro.
A baixa oferta do grão carioquinha e a redução da área semeada explicam a alta no varejo. Segundo o Dieese, produtores migraram para outros plantios, como soja e milho, e problemas climáticos afetaram a qualidade do grão. O preço do feijão preto aumentou acompanhando a demanda maior, já que parte dos consumidores substituiu o tipo carioca.
O quilo do feijão preto fechou fevereiro custando em média R$ 5,11 para o consumidor do Rio Grande do Sul. A pesquisa da Associação Gaúcha de Supermercados identificou custo de R$ 4,87 no mesmo período do ano passado.
Cesta básica
Em fevereiro de 2019, a cesta básica de Porto Alegre calculada pelo Dieese registrou alta de 1,88%, passando de R$ 441,65 em janeiro para os atuais R$ 449,95. Nove produtos ficaram mais caros: o feijão (24,00%), a batata (14,47%), a manteiga (4,87%), o leite (3,16%), o arroz (2,64%), a carne (1,10%), a farinha de trigo (0,81%), a banana (0,49%) e o óleo de soja (0,49%). No sentido inverso, quatro itens ficaram mais baratos: o tomate (-9,38%), o açúcar (-1,69%), o café (-0,52%) e o pão (-0,11%).
E fique atento porque o leite deve subir mais. O preço do produto no campo começou a registrar elevação mais cedo neste ano, antes mesmo da conhecida entressafra, quando há redução nas pastagens.