A inflação para o consumidor de Porto Alegre fechou 2018 com alta de 4,6%. É um pouco acima da média nacional encontrada pela Fundação Getúlio Vargas, que foi de 4,3%.
A pesquisa calcula o Índice de Preços ao Consumidor em sete capitais. Considera a variação de preços e o peso dos itens nos gastos dos consumidores para apontar a pressão sobre a inflação.
Dois itens se destacaram como os vilões da inflação, com aumentos de dois dígitos e pesos significativos no orçamento das famílias. Destaque ainda para o fato de que são preços controlados por agências reguladoras, chamados também de "administrados". No caso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A principal pressão de alta foi a conta de luz. O aumento médio identificado foi de 13,82%. A elevação da energia tem impacto também em outros itens, como o condomínio residencial. O aumento da CEEE entrou em vigor no fim de novembro e o ano também foi marcado pelo acionamento de bandeira tarifária vermelha ao longo de vários meses.
O segundo maior peso no bolso do consumidor médio de Porto Alegre foi o plano de saúde. A despesa tem sofrido reajustes fortes nos últimos anos e fechou 2018 com aumento de 10,07%. A justificativa das empresas tem sido o aumento dos custos médicos.
Por outro lado, tarifa de telefone residencial e café em pó pressionaram o índice para baixo. Ambos tiveram quedas de preços que se destacaram ao longo do ano em Porto Alegre.
Coordenador da pesquisa na FGV, André Braz observa que a inflação começa 2019 baixa e com a taxa de câmbio recuando. Mas faz um alerta para a pressão de custos que não foram repassados. Segundo ele, ainda há impacto represado da alta do dólar e a retomada da economia pode abrir espaço para os reajustes de preços. Em especial, no setor de serviços.
- Com o consumidor gastando menos, o salão de beleza não repassou os aumentos que teve nos custos - exemplifica Braz.