A tarifa de energia elétrica da CEEE terá reajuste médio de 7,35%. A deliberação sobre o valor ocorreu na reunião de diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica na manhã desta terça-feira (13). O ajuste entra em vigor em 22 de novembro.
Incluindo indústrias, os consumidores de alta tensão terão aumento de 5,24%. Já os de baixa tensão terão reajuste médio de 8,32%. No caso das residências, o aumento será de 8,3%. A tarifa de energia é um dos componentes da conta de luz, que tem ainda os tributos e a bandeira tarifária.
Em 2017, o aumento foi de 30,62%. Chefe da Coordenadoria de Regulação da CEEE, Lucas Malheiros conversou com a coluna Acerto de Contas nessa segunda-feira (12) sobre o ajuste de 2018. Avisou que a média ficaria abaixo da inflação pelo IGP-M. O indexador tem variado entre 8% e 10% no acumulado de 12 meses.
Segundo Malheiros, houve aumento do custo de energia, que representa a maior parte da tarifa de energia elétrica.
- Houve reajuste de contratos e a energia ficou mais cara nos leilões de compra. Tem impacto da falta de chuva - detalha o chefe da Coordenadoria de Regulação da CEEE.
Já o custo de transmissão teve redução com a revisão de contratos, mas o impacto é menor na tarifa por representar uma fatia reduzida na composição. Encargos setoriais aumentaram com a elevação da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é um fundo setorial para custear políticas públicas do setor elétrico brasileiro.
- Já o custo de distribuição, que é a parte que efetivamente fica com a CEEE, não teve grande variação para 2018 - finaliza Lucas Malheiros.
As explicações antecipadas pelo economista são semelhantes à justificativa apresentada pela Aneel. Diz o comunicado da agência reguladora:
"No caso da CEEE-D, dois itens impactaram o processo de reajuste, o primeiro foi o aumento dos custos de aquisição de energia motivado pela alta do dólar, que influencia o valor da energia de Itaipu, e pelo reajuste das tarifas da energia das usinas cotistas. Os encargos setoriais foram o segundo fator de maior relevância na definição do índice tarifário da distribuidora gaúcha, cerca de 3%."
A CEEE Distribuição atende 1,7 milhão de unidades consumidoras. O número equivale a cerca de 4,8 milhões de pessoas ou um terço da população gaúcha.
O gráfico abaixo mostra a evolução da tarifa de energia elétrica para residências comparada com indicadores de inflação na última década. Não traz ainda o reajuste aprovado nesta terça-feira, que ficou abaixo do IGPM, mas acima do IPCA acumulado de 12 meses: