O número de professores demitidos na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) deve chegar a 200. A estimativa é do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) a partir dos contatos e informações que está recebendo nesta semana. A universidade ainda não confirma o número. Segundo relatos, há professores envolvidos em trabalhos de conclusão e até formaturas.
As dispensas ocorrem em todos os campi da universidade. Na próxima segunda-feira (14), haverá uma reunião entre o sindicato e a mantenedora da instituição, a AELBRA (Associação Educacional Luterana do Brasil).
— Além dos sistemáticos atrasos salariais, a instituição não tem recolhido regularmente o FGTS de seus empregados - diz Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS.
Trabalham na Ulbra 1.332 professores na educação superior e 287 professores na educação básica. Os dados são do Sinpro/RS.
As demissões na universidade não atingem apenas professores. Ainda no início da semana, a coluna publicou dispensas de funcionários administrativos. Diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Privado dos Vales do Rio Grande do Sul, Marli Meinhardt diz que é difícil precisar o número total das demissões no Rio Grande do Sul, mas confirma que são ao menos 150. Já o Sindicato dos Trabalhadores em Administração Escolar do Rio Grande do Sul fala que pode chegar a 300 dispensas. Sobre estas demissões, a Ulbra enviou a seguinte nota:
"A AELBRA (Associação Educacional Luterana do Brasil), mantenedora da Ulbra, comunica que realizou nesta quinta-feira (10) um ajuste em seu quadro de professores. A medida tem o objetivo de reduzir os impactos causados pela crise que atinge o setor de Ensino Superior nos últimos anos.
A Instituição afirma que a rotina acadêmica segue normalmente e reforça o compromisso com a qualidade de ensino aos seus mais de 35 mil alunos no Rio Grande do Sul."
A situação da Ulbra é pior, mas outras universidade e escolas estão demitindo também. A PUCRS dispensou 40 funcionários nesta semana, segundo o sindicato da categoria. Há ainda demissões e atraso no pagamento de salário do Centro Universitário Metodista IPA e do Colégio Americano. Leia mais: Ensino superior começa ano com demissões