Dezenas de homologações de demissões já foram agendadas desde segunda-feira (7) no Sindicato dos Trabalhadores em Administração Escolar do Rio Grande do Sul. São dispensas feitas em universidades e escolas privadas.
Diretor do Sintae-RS, Luiz Gambim conta que a equipe que faz o serviço não estava dando conta e que precisou ser ampliada. A data base da categoria é no início de março. Caso a demissão ocorra nos 30 dias anteriores, há cobrança de multa, explica ele.
— Os e-mails não param de chegar pedindo um horário para homologar a rescisão — relata o dirigente.
Segundo Gambim, desde ontem, foram cerca de 40 pedidos de funcionários da PUCRS, que se somam aos 50 registrados no último trimestre de 2018. Procurada, a universidade respondeu por enquanto que é uma mudança no quadro, com substituições e contratações. A coluna reforçou o pedido dos números, mas ainda não recebeu retorno.
Outro problema relatado também pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS) é com o atraso no pagamento do salário do Centro Universitário Metodista IPA e do Colégio Americano. Há reunião marcada para a tarde desta quarta-feira (9). Ainda segundo o sindicato, foram 20 demissões de professores agora, mas as verbas rescisórias das dispensas de junho ainda não foram pagas. A coluna não consegue contato pelos telefones das instituições para um posicionamento.
Ainda há a situação da Ulbra, que intensificou as demissões na semana passada. O Sintae-RS acredita que os pedidos de agendamento começarão a chegar nos próximos dias. O diretor Luiz Gambim estima em 150 o número de demissões na área de abrangência da entidade. Outras 150 dispensas de funcionários na Ulbra são calculadas pela diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Privado dos Vales do Rio Grande do Sul, Marli Meinhardt. Procurada, a Ulbra diz que é um ajuste no quadro de funcionários, também sem informar detalhes.
Contabilizando todo 2018, o Sindicato dos Trabalhadores em Administração Escolar do Rio Grande do Sul somou cerca de 2 mil homologações de demissões de funcionários, sem considerar escolas de educação infantil. Já o Sindicato dos Professores do Ensino Privado informa que foram 6 mil rescisões ao longo do ano, com maior intensidade entre dezembro e março. A percepção das pessoas consultadas, no entanto, é que a situação piorou agora em 2019.
Assim como outros setores, a educação sofreu com a crise econômica, que trouxe impactos na renda das famílias. Além disso, há impacto nas universidades da implementação do Ensino Fundamental de nove anos, que começou efetivamente há cerca de uma década no país. Muitas escolas privadas ficaram sem turmas do 3º ano do Ensino Médio (EM) em 2018, o que reduz agora em 2019 a procura por vagas no Ensino Superior.