Como a coluna Acerto de Contas tinha avisado quando saiu a prévia, a Região Metropolitana de Porto Alegre fechou 2018 com a maior inflação do país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) daqui foi de 4,62%, acima da média nacional, de 3,75%.
O IPCA é considerado a inflação oficial do país. Divulgado pelo IBGE, o indicador de Porto Alegre trouxe como destaque no ano passado os aumentos nas frutas (46,15%) e na energia elétrica (17,58%).
O aumento das frutas pesou bastante no grupo de despesas Alimentação em Casa. Aqui, a alta foi de 8,21%, a mais intensa do país e quase o dobro da média nacional. Este item integra um grupo ainda maior, chamado de Alimentação e Bebidas. Porto Alegre também teve o índice mais alto, de 6,11%.
Economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank abriu a tabela de preços das frutas para identificar as principais altas. Bergamota foi a vilã, com elevação de 79,78%. Puxou todo o grupo para cima, seguida por maçã e mamão.
Baixa renda
O IBGE também calcula outro índice, chamado de INPC. A metodologia considera famílias com rendimento de até cinco salários mínimos. A Região Metropolitana de Porto Alegre também teve o maior do país, com INPC de 4,56%, frente a uma média nacional de 3,43%.
Dezembro
Em dezembro, Porto Alegre registrou IPCA de 0,26% após deflação em novembro. No INPC, ficou com variação de 0,20%.
Problemas no horizonte?
Não necessariamente. Para o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, o cenário de preços é "benigno". Ele calcula um índice de difusão que considera 252 produtos na Região Metropolitana de Porto Alegre. Mostra quantos dos itens pesquisados tiveram aumentos de preços em cada um dos anos. Em 2018, ficou em 73%, que é o segundo menor percentual desde 2012.
— É um aumento menos generalizado de preços — conclui o economista.