O preço da cesta básica subiu R$ 27 em outubro na comparação com setembro em Porto Alegre. Segundo a pesquisa do Dieese, o valor subiu para R$ 449,89. Foi puxado principalmente por tomate (50,83%) e a batata (20,60%).
Mas o que chamou a atenção é que o acumulado de 12 meses apresentou alta de 0,68%. Foi a segunda vez no ano. A outra ocasião de alta foi em junho.
É um aumento pequeno e bem menor que a inflação do período. Só que é exatamente a alimentação que vem segurando a inflação há mais de um ano, aguentando a pressão do aumento dos combustíveis e da conta de luz. Em especial, no bolso da baixa renda, que gasta mais do orçamento com comida.
Será que é uma tendência? Difícil falar em tendência, diz a técnica do Dieese em Porto Alegre, Daniela Sandi. Em outubro, a alta da cesta básica foi puxada pelos produtos in natura, que sofrem muita volatilidade com o clima e ciclos curtos de produção.
- Os preços finais ao consumidor são determinados por uma multiplicidade de fatores, tanto do lado da oferta quanto da demanda. Temos o custo de produção, o desempenho da safra, os efeitos do clima, o comércio internacional, as condições de distribuição nas cidades, entre outros.
Pelo lado da demanda, Daniela não vê muito espaço para aumentos com a renda em baixa e o desemprego ainda alto. No entanto, o câmbio trouxe impactos.
- Um exemplo é a farinha de trigo e, em menor intensidade, tem reflexo no pão - lembra Daniela Sandi.
A alta dos combustíveis tem ainda seu impacto indireto nos preços dos alimentos. Eleva custos de produção e distribuição, afetando o frete também.