De outubro do ano passado para cá, o gás natural veicular já tinha subido 15%. Segundo a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, o metro cúbico no Rio Grande do Sul passou de R$ 2,71 para R$ 3,13. Ainda não saiu a última pesquisa da ANP, mas os motoristas falam que o preço do GNV passou nesta semana para R$ 3,29 em média.
Na sexta-feira, entraram em vigor as novas tabelas de preços do gás natural para clientes da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul - Sulgás. O aumento foi de 8,95%. Segundo a Sulgás, o reajuste ainda recompõe apenas parte do custo de aquisição do gás natural, que já subiu 33,2% em relação a 2017.
"Uma parte desse aumento se deve à trajetória de alta nas cotações dos óleos, que compõe o preço de compra do gás. A outra parte, mais significativa, à desvalorização cambial. Apesar do reajuste não cobrir a integralidade do custo de aquisição do gás natural, a capacidade de investimento da Sulgás está sendo preservada"- diz comunicado da Sulgás.
No comunicado do reajuste, a Sulgás diz que as novas tabelas mantêm a competitividade do gás natural em relação aos concorrentes. Cita o GLP, diesel, óleo combustível, gasolina e etanol. No entanto, a conta é mais complexa, diz o engenheiro e professor do Senai Automotivo Anderson de Paulo:
- Antes deste último reajuste, falava-se que era preciso rodar de 200 mil a 250 mil quilômetros por ano para compensar a instalação de equipamento no carro - diz o engenheiro.
Segundo ele, há carros que aceitam muito bem o gás natural e outros, não. Características do motor dão melhor ou pior rendimento, como a taxa de compressão. É preciso consultar uma instaladora credenciada para avaliar o tempo de retorno do investimento.
- A instalação de equipamentos atualmente varia de R$ 2 mil a R$ 4,5 mil. É preciso pensar quanto vai gastar com isso, que é preciso fazer um seguro a parte e que há aumento na manutenção.
Motoristas reclamam, já que fazem a instalação de GNV em busca de uma economia substancial. Diretor-administrativo do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), Adão de Campos diz que 70% da frota usa gás natural. No caso dos aplicativos de transporte é cerca de metade dos carros, diz Joel Moraes, presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos.
- E não é dada margem para negociar com as empresas dos aplicativos. Só aumentarão o repasse quando os motoristas começaram a desistir de prestar o serviço - diz Moraes.