A inflação de setembro aumentou para todas as faixas de renda. Tanto na comparação com agosto, quanto em relação ao mesmo período do ano passado. Isso apareceu no estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada a partir dos dados do IBGE.
Só que a inflação tem sido maior para as famílias de renda mais alta. O estudo do Ipea considera seis faixas de renda. Conforme o peso dos itens dentro do orçamento das famílias, a inflação vai aumentando conforme a renda é maior.
Setembro 2018
Renda muito baixa +0,34%
Renda baixa +0,36%
Renda média-baixa +0,39%
Renda média +0,46%
Renda média-alta +0,51%
Renda alta +0,53%
IPCA 0,48%
A alta de preços nos grupos “alimentos e bebidas” e “habitação” até produziu impacto maior na inflação das famílias mais pobres em setembro, com destaque para cereais (+1,7%), panificados (+0,9%), energia elétrica (+0,46%) e aluguel (+0,24%). No entanto, a inflação do grupo “transportes”, em especial com os combustíveis (+4,2%) e as passagens aéreas (+16,8%), pressionou principalmente as famílias de grande poder aquisitivo. O peso destes itens é maior na cesta de consumo desta classe. Ainda segundo o Ipea, o grupo “despesas pessoais”, influenciado pelas altas nos serviços pessoais (0,42%) e recreação (0,3%), também impactou mais intensamente a inflação das classes mais ricas.
Falando do acumulado de 12 meses, a situação é semelhante. Conforme o Ipea, a trajetória da inflação é mais amena para as famílias mais pobres em comparação com os segmentos de renda mais alta.
Acumulado de 12 meses
Renda muito baixa +3,90%
Renda baixa 4,06%
Renda média-baixa +4,25%
Renda média +4,40%
Renda média-alta +4,75%
Renda alta +4,85%
IPCA +4,53%
A inflação mede a variação de preços e os itens do levantamento têm pesos diferentes no cálculo. A metodologia dos institutos é construída por uma média da cesta de consumo das famílias.
Inflação menor também não quer dizer baixo custo de vida, já que o indicador mede variação. Assim como também não significa que os salários são adequados e suficientes para o sustento das famílias.
Inclusive, a extrema pobreza avançou no país: Extrema pobreza cresce no RS e é a maior do Sul do país. A situação foi provocada principalmente pelo desemprego e seria pior com aumento nos preços dos alimentos.