O crescimento de 0,4% do PIB no primeiro trimestre veio melhor que o esperado. Foi a quinta alta consecutiva após oito quedas registradas pelo IBGE. Considera-se a comparação com o trimestre imediatamente anterior. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central tinha chegado a registrar queda de 0,13% e é chamado até de prévia do PIB.
A coluna Acerto de Contas conversou sobre o resultado com o economista da Quantitas João Fernandes. A equipe da gestora de fundos estava projetando um crescimento de apenas 0,1%.
Mas de onde veio a surpresa? Segundo Fernandes, a agropecuária veio dentro do previsto e a indústria da transformação caiu. Mas a indústria extrativa teve um crescimento interessante após uma retração.
- Não dá para dizer se foi petróleo ou minério de ferro, mas subiu - analisa o economista.
Outro dado que veio melhor que o projetado foi o avanço no consumo, que acelerou. Isso apareceu tanto no crescimento de 0,5% no consumo das famílias quanto no avanço de 0,1% nos serviços.
- Achávamos que o comércio, setor logístico e atividades imobiliárias não viriam tão bem. O consumo cresceu em um rimo parecido com o final do ano passado, mostrando que os monitoramentos de dados mensais não estavam dando uma figura tão correta - complementou Fernandes.
O dado do PIB fez a Quantitas revisar agora a projeção para o PIB no ano, de 1,7% para 1,8%. Só não foi elevada mais porque Fernandes já colocou no cálculo o impacto da greve dos caminhoneiros.
- Produção parou em vários segmentos da indústria. O consumo também sofreu - detalha.
A greve vai aparecer com intensidade no PIB do segundo trimestre. A Quantitas reduziu a projeção de crescimento de 0,7% para 0,4%.
Há ainda o impacto do dólar e o aperto nas condições financeiras. Fazem a aposta do PIB ficar cada vez mais longe dos 3% que eram previstos inicialmente para 2018.