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Toda a situação provocada pela greve nos caminhoneiros na última semana exigiu medidas imediatas e articulações feitas na correria. Ainda assim, é preciso provocar o pensamento de longo prazo, o que parece não interessar para quem faz e executa o planejamento. É preciso pensar além da próxima eleição.
O Brasil exporta petróleo e importa combustíveis. Na escola, já aprendíamos que não é muito inteligente mandar a matéria-prima para depois comprar o produto com o valor agregado. Não temos refinarias suficientes no país para produzir combustível e não há competição para melhorar preços, discussão que já é antiga. Sócio-diretor da consultoria petroquímica MaxiQuim, João Luiz Zuñeda defende concorrência maior no setor, com mais empresas atuando no refino. Em especial, de diesel. Além disso, Petrobras também define quando é melhor usar ou não usar toda a capacidade das refinarias.
Até mesmo a discussão sobre a carga tributária tem o viés de não se pensar no longo prazo. Aumentar imposto para cobrir rombo nas contas públicas costuma ser mais uma elevação fixa nos custos da máquina pública. No ano passado, o governo federal elevou os tributos cobrados da gasolina e do diesel. No Rio Grande do Sul, as bombas também absorveram uma alta do ICMS, imposto estadual.
O combustível é fonte de arrecadação certa. Tem demanda que os economistas chamam de "inelástica", ou seja, o consumo não cai quando fica mais caro. Aliás, tem até aumentado.
Só que o efeito é em cascata na economia e acaba no consumidor, que todos somos. Ou porque tem menos renda para gastar com outros produtos e serviços, ou porque as empresas precisam absorver o aumento de custo e, muitas vezes, enxugam suas operações. Trava a roda da economia.
Sem falar que 90% do transporte brasileiro ocorre por rodovias, modelo criticado há anos. Em vez de se investir em alternativas, essa dependência só aumenta.
Sobre este assunto, ouça entrevista do sócio-diretor da Espetro e ex-superintendente da Agência Nacional do Petróleo, Edson Silva, ao programa Acerto de Contas: