O PIB do Rio Grande do Sul deve crescer pelo segundo ano consecutivo. A projeção trata de 2018 e é do economista da Fundação de Economia e Estatística Martinho Lazzari.
— Confirmadas as expectativas atuais, a economia do Rio Grande do Sul crescerá pelo segundo ano seguido, algo que não acontece desde o biênio 2010-2011. Entretanto, a sequência da recuperação se manterá lenta, caracterizando-se mais como uma recomposição parcial da perda do nível de atividade durante a recessão do que uma retomada mais consistente da economia — detalha o economista.
A partir de dados da pesquisa Focus, do Banco Central do Brasil, Lazzari estima que a economia brasileira deva crescer 2,7% em 2018. Os puxadores serão o aumento do consumo e, em menor grau, as exportações. Lembra que o investimento ainda aguarda períodos econômicos e políticos mais claros.
— Há tendência de redução da produção agrícola do Estado para 2018, um ritmo de expansão mais estável para a indústria de transformação, e, quanto ao consumo das famílias, depois de mais de dois anos de queda, foi retomada a expansão em 2017. Como consequência direta, o comércio voltou a crescer no Brasil e no Rio Grande do Sul, algo não verificado desde 2014. Para o novo ano, as perspectivas são de aceleração do crescimento do consumo e consequente expansão das vendas comerciais. Especificamente, a produção de celulose, bastante prejudicada em 2017, em função da parada de importante planta produtiva, deverá retomar normalmente a produção em 2018. As atividades ligadas ao setor automotivo também deverão ter um bom desempenho neste ano, alicerçadas na continuação do crescimento das vendas de automóveis no mercado doméstico e para a Argentina. Por outro lado, as atividades industriais ligadas ao setor agrícola deverão sentir os efeitos negativos da menor safra em 2018, enquanto o setor de máquinas e equipamentos poderá ser afetado duplamente, pelo menor investimento na agropecuária e pela ainda muito tímida retomada dos investimentos industriais em todo o País — explica o pesquisador da FEE.
Quanto à construção civil, Martinho Lazzari ainda não vê, nem no Estado e nem no Brasil, indícios de retomada do crescimento. Explica que será necessário observar fatores que podem trazer impacto no desenrolar da economia, como o cenário político, o nível de investimentos e a infraestrutura.
Em 2017, a taxa acumulada de 12 meses encerrados em setembro apontou crescimento de 0,8%. Os três anos anteriores tiveram retração da economia.