
É a fabricante de ônibus Comil, de Erechim, que constrói com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) um projeto-piloto para trazer imigrantes deportados dos Estados Unidos. O objetivo é preencher empregos neste momento de retomada do crescimento da empresa, pois há uma dificuldade disseminada de encontrar mão de obra para as mais diversas atividades econômicas. A gerente de Recursos Humanos (RH) Fernanda Parmeggiani contou em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, que a Comil já emprega mais de 400 estrangeiros. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
Como será este novo projeto?
É com a Organização das Nações Unidas (ONU), da qual já somos parceiros há alguns anos trazendo venezuelanos pela Operação Acolhida, do governo federal. Agora estamos com essa possibilidade de trazer imigrantes também de outros países e deportados dos Estados Unidos. A parceria com a Fiergs é para capacitação desses profissionais para a indústria metalmecânica para trabalharem conosco.

Quantas vagas há hoje?
Temos 50 abertas, para profissionais de todos os níveis.
Quantos imigrantes trabalham com vocês?
Hoje, são mais de 400, cerca de 25% do nosso quadro de 2 mil funcionários. A maioria vem da Venezuela. Começaram vindo espontaneamente. Deu certo e formamos a parceria com a ONU para esta busca ativa, formando e estabelecendo a vida deles aqui em Erechim.
Qual o perfil?
Bem aberto, mas precisa ter vontade de trabalhar na indústria, seja como pintor, soldador, eletricista ou montador. Oferecemos o curso dentro de casa. Temos um instrutor de treinamento que é imigrante venezuelano, um dos primeiros que chegaram.
Quando a empresa viu que teria que recorrer a imigrantes para preencher as vagas?
Há muitos anos vemos falta de interesse do jovem em trabalhar na indústria. Quando a empresa começou a se reestruturar após a pandemia, fazer mais vendas, a dificuldade de mão de obra aumentou. Incentivamos que venham mulheres também, gostaríamos de mais funcionárias. Temos na solda, motoristas de ônibus… Estamos abertos para que elas não dependam de programas sociais e estruturem suas carreiras. Pelo Programa Crescer, abrimos as vagas primeiro para nossos funcionários para que possam crescer.

Ouça a entrevista completa:
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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