
Com o aumento de 0,5 ponto percentual definido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), a taxa de juro Selic sobe ao patamar que a maior parte do mercado está projetando para o fechamento de 2025: 14,75%. Ou seja, a mão foi pesada, mas pararia agora de elevar o juro. Para as próximas reuniões, que ocorrem a cada 45 dias mais ou menos, o comunicado disse que ainda há incerteza e que o efeito de aumentos anteriores de juro ainda precisa ser observado, pois, como se sabe, ele tem também um "delay" (atraso) para se refletir totalmente na economia.
Embora não se tenha certeza de que o ciclo de aperto monetário tenha chegado ao fim no Brasil, o Copom alertou que vai demorar a reduzir a Selic, o que alguns (poucos) chegam a esperar para 2025: "Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta."
Juro para controle de inflação
O que está pesando para cima nos preços, segundo o Copom:
- Inflação acima da meta por mais tempo;
- Maior resiliência na inflação de serviços;
- Conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior do que o esperado, como dólar alto persistente.
E para baixo:
- Eventual desaceleração da atividade econômica acima do projetado;
- Desaceleração global mais pronunciada com a guerra comercial e cenário de incerteza;
- Redução nos preços das commodities.
Super Quarta com EUA
E para não dizer que não falamos dos Estados Unidos. Por lá, o banco central (Federal Reserve, Fed) manteve o juro e sinalizou serenidade de que só reduzirá quando sentir segurança na inflação controlada, mesmo após pressão pública e agressiva de Donald Trump.