Lojistas do país todo estavam se organizando para mudar a data da Black Friday, liquidação criada nos Estados Unidos e copiada no Brasil. Costuma cair na última sexta-feira de novembro, mas a proposta era passar para setembro já a partir de 2018. No entanto, a mudança foi descartada, segundo a Associação dos Lojistas de Shopping Center, entidade que estava consultando os empresários sobre a proposta.
O motivo para a mudança? O impacto que a liquidação gera nas vendas de Natal. Além disso, as vendas de outubro do varejo brasileiro também caíram, conforme os dados do IBGE, e a interpretação é que o consumidor adiou as compras para a Black Friday. Só que nem toda venda represada efetivamente acontece. Se o consumidor fica desapontado com o que encontra no dia da promoção, por exemplo, não compra. E, na economia, nem sempre uma situação é boa para todas as partes.
Um e-mail enviado pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping falava em "canibalização" das vendas de Natal nos últimos anos, tema de reuniões com vários lojistas. No entanto, empresas de comércio online não aceitaram. Ao menos, já para 2018. Na divulgação do balanço das vendas de Natal, a direção da Alshop disse que seria preciso o apoio de todos. Uma alternativa que está sendo cogitada é criar uma data de vendas em setembro.
Antes mesmo da Black Friday deste ano, que caiu em 24 de novembro, a coluna publicou o desabafo do lojista Sérgio Galbinski, o primeiro que topou divulgar a opinião publicamente. Lembra que, nos Estados Unidos, cai no meio de um feriadão, de vendas baixas, assim como o Liquida Porto Alegre, criado em fevereiro para movimentar vendas. Entre outras empresas, Galbinski é proprietário da Casa Louro. Também integra a diretoria de várias entidades de varejo.