Expectativa do comércio era forte para o Natal deste ano. Setor queria quebrar o ciclo de queda iniciado em 2014, com a crise econômico. O ano anterior, 2013, foi o último com aumento no faturamento das vendas.
Ainda não há dados consolidados, mas a coluna solicitou algumas preliminares para empresários do varejo do Rio Grande do Sul. Não estão tão otimistas assim.
Presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre, Paulo Kruse afirma que as vendas se concentraram nos últimos dias e, neste período, foram ótimas. No entanto, pondera que houve prejuízo pelo dia 24 ter caído no domingo e a falta de luz atrapalhou o comércio da zona sul de Porto Alegre. Aposta nas vendas pós-Natal para garantir o crescimento nominal de 6% que foi previsto, o que representaria alta real de 3% nas vendas.
Expectativa para a movimentação na próxima semana também é citada pelo presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo. Vilson Noer tem a percepção de um avanço nominal de 3% a 4%. Praticamente empataria com o ano passado ou teria um leve crescimento. E 2016 teve venda fraca.
— Acho que ainda recupera um pouquinho depois Natal, mas não deve chegar no previsto de 5,2%. Se conseguisse, daria "um up" no setor. Natal em uma segunda-feira mata dois dias, o que é cruel — diz o presidente da AGV.
Falando pelo interior, Jacques Eskenazi Neto, de Santa Maria e integrante do conselho da AGV, conta que verificou desempenhos diferentes, dependendo da loja.
— Tenho três lojas. Uma estava com 12% acima do ano passado, outra com -23% e a terceira com -21%. No total, devo ter ficado 2% abaixo do ano passado. Conversando com outros lojistas, vejo um situação parecida — complementa o lojista.
Eskenazi falou com o dono de uma rede de lojas de sapato Usaflex que estava muito satisfeito por ter batido a meta e registrado crescimento. Outra lojista, que vende Chili Beans em Santa Maria e Canoas, relatou ao dirigente que também estava satisfeita. Para finalizar, ouviu duas óticas e joalherias. Uma delas tinha empatado e outra ficou um pouco abaixo.
— Concluo que ramos que têm maior mídia e produtos mais acessíveis tiveram melhor resultado que lojas que vendem produtos de maior valor agregado — observa Jacques Eskenazi Neto.
Dono da rede de lojas Dullius, Claudir Dullius estava bem bravo com o dia 24 ter caído em um domingo e algumas lojas não terem sido autorizadas a abrir pelo interior. Reforçou que o dia e o principal de vendas.
— Graças a algumas cidades onde houve acordos com sindicatos, pudemos abrir. Shopping Lajeado bombou. Quem vive do comércio precisa saber servir! — diz Dullius.