O resultado final da brilhante passagem de Suárez pelo Grêmio fica marcado com o prêmio de raque do Campeonato Brasileiro. E foi isso mesmo. Ele foi o melhor jogador do futebol brasileiro em 2023. Entregou tudo que se esperava. Dentro e fora de campo. Dentro das quatro linhas, foram 29 gols, sendo absolutamente decisivo para levar o Tricolor ao título Gaúcho, da Recopa, semifinal da Copa do Brasil e segundo lugar no Campeonato Brasileiro. Tudo isso com um time com algumas limitações, algo próprio da dificuldade de quem está voltando da Série B.
Mas este resultado final também só foi possível por causa da posição do Grêmio na metade do ano para conseguir segurar o uruguaio na Arena. A entrevista de Renato Portaluppi para GZH deixa isso claro. No bate-papo, o técnico relembrou os episódios de junho, quando surgiu a informação de uma possibilidade de Suárez parar de jogar:
— A informação estava certíssima. Eu banquei depois. O que aconteceu dentro do clube é que tinha essa probabilidade de ele parar. Aí juntou com o convite do clube de Miami e o problema no joelho, que ele estava com muitas dores e não queria mais seguir. Isso tudo foi verdade. Foi importante termos conduzido bem. A notícia era verdadeira, mas tínhamos de apagar os incêndios dentro do clube da melhor maneira possível — explicou Renato em entrevista ao colunista (Confira no vídeo acima).
E realmente a situação foi conduzida muito bem pelo clube. Por todos os dirigentes envolvidos desde o início do processo. Além da participação de Renato em conversas com o jogador. A posição do clube foi clara sobre a necessidade de permanência até o final do ano, mesmo com as dores no joelho, a vontade de parar por causa do insano calendário brasileiro e o interesse do Inter Miami.
E é claro que Suárez também cedeu em relação ao seu pensamento inicial. E teve uma postura exemplar depois da resolução da questão. Foi extremamente profissional, dedicado e deu a resposta dentro de campo.
Escrevo tudo isso para reforçar que todas as partes foram muito bem em todo o processo. O resultado final, com o brilho de Suárez, está aí. Mas é importante não esquecer do trabalho de todos os dirigentes, que primeiro contrataram o uruguaio, e depois conseguiram segurá-lo na Arena.
E não vamos esquecer também que a informação aquela de 20 de junho sobre a possibilidade de Suárez parar não tinha nada de absurda. Mas tudo isso faz parte do futebol e da administração de situações difíceis. Como diz Renato, é preciso primeiro "apagar o incêndio". E isso o Grêmio fez muito bem.