É verdade que Renato vai ganhar um extraordinário salário com o seu novo contrato com o Grêmio. Mais do que isso, vai passar a ser um dos técnicos mais valorizados do país. Chegou a este nível por merecimento. Mas não é só pelo dinheiro que ele decidiu ficar.
Tem outras coisas por trás da renovação. Aliás, o novo vínculo foi mais uma vez muito bem costurado por seu empresário, Gérson Oldenburg, com os dirigentes gremistas. A primeira reunião foi ainda em Al Ain, antes mesmo da estreia no Mundial, e teve a participação apenas de Romildo Bolzan e Renato. Naquele momento os dois conversaram apenas sobre a intenção da permanência. Nem entraram nos números. Isso só ocorreu com a chegada do empresário do técnico nos Emirados Árabes.
Já em Abu Dhabi, entraram no circuito o vice de futebol Odorico Roman, o CEO Carlos Amodeo e o executivo André Zanotta. Ali começou a se falar na parte financeira. Uma negociação em alto nível. No início, uma diferença considerável. Mas na volta, bastaram duas reuniões na Arena para resolver tudo. Em tempos de relações tão complicadas no futebol, chama atenção a afinidade entre as partes envolvidas nessa questão.
Mas o grande motivo para a permanência é o projeto para 2018. Renato não é só movido a dinheiro. Em 2017, ele teve proposta do Flamengo. Sequer abriu negociação, preferiu ficar e foi campeão da Libertadores. Agora, o caminho poderia se abrir novamente no Rio de Janeiro. Nem esperou para ver o que aconteceria. Acertou a permanência porque tem total convicção de que o Grêmio pode ser vitorioso novamente no ano que vem.
A ideia é que o ciclo vitorioso ainda não terminou. É possível tirar mais desse grupo. As conversas sobre os ajustes no plantel já começaram. O clube vai buscar pelo menos mais dois atacantes. O trabalho para buscar o tetra da Libertadores começou. E o capítulo mais importante foi o primeiro, com a renovação de Renato.