Eduardo Bueno
Há quem não goste de agosto. Dizem-no “mês do desgosto”. Motivos para tal, em tese, não faltam. Remontam aos tempos romanos, avançam pelo massacre da Noite de São Bartolomeu, na França, em 1572 (quando uma turba católica dizimou protestantes); explodem na erupção do Krakatoa em 1863, e arrasam quarteirões nas bombas lançadas em Nagasaki e Hiroshima, dentre outras vergonhas e tragédias. No Brasil, acuado pela direita golpista, que passara a vê-lo como “comunista”, Vargas se matou em 24 de agosto de 1954; sete anos e um dia depois, Jânio Quadros, eleito pela direita constrangida, renunciou alegando “forças ocultas” e em 22 de agosto de 1976, Juscelino Kubitschek, cuja posse a direita hidrófoba quisera impedir em 1955 (pois o considerava “comunista”) e que a direita fardada havia cassado em 1964, morreu em estranho acidente automobilístico.
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