Não houve divergência entre a cabine do VAR e o campo. O árbitro de vídeo e o juiz principal tiveram concordância de que a decisão correta era mandar o jogo seguir e não marcar o pênalti para o Grêmio contra o Atlhetico-PR na semifinal da Copa do Brasil. O conteúdo da conversa entre os dois mostrará isso aos representantes do clube gaúcho que prometem visitar a sede da CBF para ouvir o diálogo. Em momento algum a interpretação foi favorável à penalidade.
O lance ocorreu aos cinco minutos do primeiro tempo. Depois de cabeceio do zagueiro Pedro Geromel, a bola bateu no braço do volante Wellington Martins. O grande detalhe é que o árbitro carioca Wagner do Nascimento Magalhães não viu onde a bola bateu. Ou seja, não percebeu o toque na velocidade do jogo. A partir da checagem na cabine do VAR, o árbitro de vídeo Bráulio da Silva Machado detectou que houve o toque, mas considerou o lance normal.
Por se tratar de uma situação interpretativa que não foi vista com clareza no campo, o VAR não poderia tomar qualquer posição definitiva. Ele cumpriu o protocolo ao informar que havia o toque e sugerir a revisão. A decisão final cabe ao árbitro. Por isso Wagner Magalhães foi à beira do gramado para olhar o monitor. Depois de fazer isso, ele interpretou a jogada como normal. Decisão sacramentada no campo, mas com o "respaldo" de quem estava no vídeo. Ambos com a mesma interpretação.
Não estou comparando os lances. Entenda que esse é um paralelo de procedimento. O que ocorreu na Copa do Brasil é bastante parecido com o que ocorreu no jogo do Grêmio contra o Palmeiras, pela Libertadores. Naquela oportunidade, o argentino Néstor Pitana também não viu um toque de mão no campo. Foi informado pelo VAR de que isso havia ocorrido e fez a revisão no vídeo. Quem ouviu o áudio divulgado pela Conmebol daquela partida até estranhou que o árbitro de vídeo disse no final: "Correta decisão, Pitana". É que a interpretação de mandar o jogo seguir era a mesma do VAR e o juiz principal concordou.
Vale ressaltar que qualquer clube pode ouvir os áudios das conversas entre árbitro de campo e de vídeo dos jogos. A CBF disponibiliza o conteúdo aos interessados, desde que isso ocorra na sede da entidade. Portanto, o Grêmio está exercendo um direito. Talvez isso ajude a entender que se trata de uma decisão técnica tomada com base em um lance que tem caráter totalmente interpretativo. Apesar de qualquer polêmica, acreditar em explicações nebulosas não parece o caminho adequado.