A Comissão de Arbitragem da CBF está completamente perdida. O reflexo disso é a queda grosseira do nível de desempenho do apito nacional nas últimas rodadas. Não há como um juiz ter tranquilidade e segurança para entrar em campo quando quem está por trás não oferece o suporte necessário. Vou dar três exemplos para provar que as coisas não estão indo bem.
O primeiro problema: a escolha do árbitro de Vasco e Inter. Colocar um juiz de patamar médio depois de toda confusão que aconteceu no Beira-Rio na segunda-feira, em Inter e Santos, é pedir para se incomodar. Dito e feito. O jogo de São Januário não poderia terminar bem porque não começou bem. Era a hora de colocar um árbitro grande.
Há falhas básicas na composição das escalas. Quando os árbitros da 31ª rodada foram divulgados chamou a atenção que o gaúcho Anderson Daronco estava de novo em um jogo do mesmo time. Depois de apitar Botafogo e Bahia no fim de semana, estaria agora em Corinthians e Bahia. Isso é errar no beabá dos critérios. Nunca se repete o árbitro principal em jogo do mesmo clube na sequência. O resultado é pagar o mico de ter que trocar a escala de arbitragem no meio do caminho. Foi o que a CBF fez ao colocar Péricles Cortez no apito do jogo.
Por fim, uma lembrança que precisa ser feita. Durante boa parte do campeonato o nível estava relativamente bom. A bagunça começou quando a Comissão de Arbitragem da CBF decidiu acabar com as equipes fixas de arbitragem, na 22ª rodada. As coisas, até ali, estavam muito melhores do que agora. Depois da mudança, os erros começaram a ser recorrentes. Recentemente, notando que a ideia não tinha sido boa, o critério voltou a ser o mesmo do começo do campeonato. As equipes fixas foram reativadas. Só que não havia mais tempo para consertar. A arbitragem já estava fragilizada e tinha assumido, da pior maneira, o protagonismo do Brasileirão.