Mais de uma semana após a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul, que provocou a morte de 16 pessoas e afetou, direta ou indiretamente, a vida de mais de 2 milhões de pessoas, os efeitos do fenômeno ainda repercutem devido à extensão dos prejuízos. Situações como a que ocorreu no dia 16 exigem uma resposta rápida das redações para tentar entender a dimensão do ocorrido.
Desde a tarde do dia anterior ao ciclone, quando chegaram os primeiros alertas, a Redação Integrada de ZH, GZH, Rádio Gaúcha e Diário Gaúcho já estava mobilizada para acompanhar a tempestade que se avizinhava, receber as mensagens que inevitavelmente chegariam de moradores e entrar em contato com prefeituras, Defesa Civil e demais órgãos públicos. Nas primeiras horas da manhã do dia 16, mesmo com informações ainda parciais, já sabíamos que o fenômeno não tinha precedentes na história recente do Estado. O que foi fundamental para rever nosso planejamento para aquela sexta-feira e formar uma força-tarefa.
Foram mais de cem profissionais envolvidos no trabalho de mapear os locais atingidos com maior intensidade e, para lá, designar equipes, fazer entrevistas com autoridades e, o mais importante, dar voz a quem havia sido afetado diretamente com os ventos e a chuva.
Coberturas jornalísticas atípicas como esta costumam passar por etapas. A primeira é a de entender a situação, dimensioná-la com dados históricos, relatar e ouvir. A segunda é a de divulgar a mobilização das comunidades e do poder público para ajudar os atingidos – e o jornalismo tem papel fundamental na divulgação dessa rede de solidariedade. A terceira é a de olhar para frente: que lições tiramos com esse tipo de situação.
A reportagem que ilustra a capa desta edição, de Vinicius Coimbra, com colaboração de André Malinoski, mostra quais são os caminhos para evitar mortes e reduzir o prejuízo material quando algo parecido voltar a ocorrer. O debate se torna ainda mais oportuno porque já se sabe, de acordo com as previsões, que teremos pela frente um período de chuva acima da média devido ao fenômeno El Niño.
A reportagem está nas páginas 16 e 17. A cobertura completa da passagem do ciclone extratropical pelo RS pode ser acessada em GZH.